Histórico: Olho de Peixe (1993), de Lenine e Marcos Suzano, chegou ao NOIZE Record Club! Assine agora e comemore os 30 anos do álbum que marcou a música brasileira dos anos 1990. Pela primeira vez, o disco está sendo lançado em vinil. Garanta já o kit exclusivo com LP preto acompanhado da revista NOIZE #137.
Em Olho de Peixe, a voz e o violão suingados do pernambucano Lenine, somados à percussão orquestral do carioca Suzano, apontam novos caminhos para a música brasileira. “Nosso encontro nos levou a descobrir uma linguagem própria de expressão. Suzano harmonizando com a percussão e eu repercutindo o violão”, comenta Lenine. Além da dupla, a formação se completa com Carlos Malta tocando saxofone, Paulo Muylaert, guitarra, e Fernando Moura, teclados. O álbum é o segundo disco de Lenine, o primeiro de Suzano, e a sua gravação foi feita de forma independente. Coproduzido pela dupla e pelo engenheiro de áudio Denilson Campos, o disco saiu pelo selo Velas, lançado originalmente apenas em CD.
As composições de Lenine, em parceria com Lula Queiroga, Paulo César Pinheiro, Bráulio Tavares, Dudu Falcão e Ivan Santos, passeiam por influências de ritmos regionais do Nordeste, como o maracatu, o baião e a ciranda, e estrangeiros, como o rock e o soul. Olho de Peixe é um disco de síntese, em que Suzano e Lenine processam uma grande soma de elementos distintos, criando uma sonoridade única. No encontro de Pernambuco com o Rio de Janeiro, a música brasileira explode em versos marcantes, conduzidos pelo violão, pandeiro, reco-reco, tantã, moringa, ganzá e triângulo.
Como se estivessem antecipando ou antevendo a revolução do manguebeat, que viria nos anos seguintes, as letras de Olho de Peixe já retratam um mundo que passava, na década de 1990, por um intenso processo de globalização. Versos como os da canção “Acredite ou Não” constatam a difusão das fronteiras culturais e geográficas: “Metaleiros no Maraca/ Japonês na Apoteose”. Os conflitos globais e locais se confundem na lírica de Lenine: “Rififi na Palestina/ Bang-bang no Borel”. Já a faixa-título mostra um autor que pretende observar o mundo através de uma outra lente, uma “Olho de Peixe”: “E é como uma tomada à distância/ Numa grande angular”.