Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, Nyron Higor foi o indicado no BQVNC do Lado B da revista #135, que acompanha o vinil de “Meu Esquema”, de Rachel Reis.
Nyron Higor, 24, é um multi-instrumentista que iniciou o seu contato com a música através dos CDs preferidos de seu pai ainda aos cinco anos de idade. Durante a escuta, o maceioense já buscava acompanhar os ritmos das canções, elaborando o seu próprio ritmo com os utensílios de que dispunha em sua residência, como panelas e baldes. Dois anos depois, o músico recebeu o seu primeiro violão, porém foi com o contrabaixo elétrico e acústico que se encontrou. Ele assume que ainda possui uma forte relação com a percussão, a guitarra e a bateria.
Entre suas criações melódicas e harmônicas feitas em casa, Nyron cursou música na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na qual participou do coro universitário, de 2019 a 2021, como corista e líder de naipe. Em dezembro passado, o artista divulgou seu primeiro disco solo, Fio de Lâmina (2022). Na capa, Nyron surge em uma fotografia analógica, feita pelo também músico Bruno Berle.
Por onde começo? Pelo disco Fio de Lâmina (2022), indico começar pelas faixas “Marimba”, “Banho de Açúcar” e “Farol”. Fora do âmbito de sua discografia, você pode assistir ao vídeo da música “love message”, no canal do Youtube do Batata Records. A faixa é uma live session feita com Nyron, onde ele surge tocando contrabaixo acústico.
Mood? Novo, robusto e sentimental. Seu som tem cheiro de frescor, tornando-se uma novidade que foge de rotulações. Com criações suaves, de enorme sensibilidade, o jovem consegue trazer uma obra concisa, que transita por diferentes ambientações, remetendo o público a uma maior compreensão acerca das faixas, mesmo sem quase nenhuma letra.
Como soa? A obra de Nyron nos envolve através da percussão e dos sintetizadores, enquanto os arranjos serenos são muito bem executados. Tocando a maioria dos instrumentos das músicas, Nyron é, em alguns casos, o único instrumentista, como ocorre nas canções “Imaginário”, “Marimba”, “Noite” e “Whistle”. Seu disco autoral de oito faixas não passa de vinte um minutos de duração, permitindo que o ouvinte faça uma viagem rápida, mas aprazível. Para quem gosta de Alberto Continentino e João Menezes.
Qual a vibe? Para quando a vida pede calmaria, relaxamento e leveza. Suas canções combinam com momentos pé na areia, balanço na rede, viagem de interior e acolhimento. É passado, presente e futuro, tudo junto e misturado.
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