O retorno dos discos de vinil vai além da tendência: reflete a valorização da experiência musical. O charme do formato está ligado à qualidade sonora, ao caráter colecionável e à experiência tátil, atraindo tanto nostálgicos quanto a nova geração que busca mais autenticidade.
Eventos como o Record Store Day e prensagens de edições limitadas ajudaram a impulsionar esse interesse. Grandes gravadoras logo perceberam a oportunidade e passaram a lançar LPs exclusivos, clássicos repaginados e edições especiais para atrair colecionadores e fan bases, enquanto artistas independentes entraram na onda e aderiram ao formato para alcançar um público além do digital.
Crescimento do mercado no Brasil
Por aqui, o mercado das mídias físicas continua aquecido. De acordo com dados do Pró-Música, as vendas de vinil mostraram crescimento de 22,4%, refletindo um aumento em um comportamento de nicho. O formato superou o faturamento dos CDs e segue se consolidando como um produto para quem busca melhor qualidade de som e uma experiência física diferenciada.
O vinil resiste
Além disso, os LPs mantiveram sua relevância no mercado musical mundial. O consumo de música bateu recordes no Reino Unido em 2024. Somente no ano passado, movimentou 2,4 bilhões de libras, um crescimento de 7,4% em relação a anos anteriores — isso supera o antigo recorde, de 2001, no auge das vendas de CDs. E o vinil tem parcela significativa neste crescimento, como apontam os dados da Entertainment Retailers Association (ERA). Artistas como Taylor Swift, Lady Gaga e Billie Eilish têm apostado em lançamentos especiais no formato para seus fãs.
Tipos e formatos disponíveis
Em um universo tão cheio de particularidades, como o do vinil, conhecer a variedade de formatos pode enriquecer ainda mais a experiência e ajudar qualquer colecionador a fazer suas escolhas.
LPs de 12 Polegadas
São os mais comuns e fáceis de encontrar, com tamanho padrão de 30,5 cm de diâmetro. Giram a 33 1/3 RPM e são o principal tipo de álbum completo no formato vinil.
LPs de 10 Polegadas
Possuem cerca de cerca de 25,4 cm e costumam ser usados para edições limitadas ou de colecionador, lançamentos especiais e gravações clássicas. Dependendo do título, podem ser difíceis de achar.
Discos de 7 Polegadas
Esses são os famosos compactos, que possuem cerca de 17,5cm e giram a 45 RPM, bastante utilizados para singles.
Singles de 12 Polegadas
Muito comum na cena dos DJs, já que possuem espaço para outras versões da música.
Raridades e colecionáveis
78 RPM (Shellac)
Fabricados com goma-laca (shellac), material frágil, foram pioneiros no século XX, sendo muito comuns até a década de 1950. Por conta da fragilidade e da dificuldade de conservação do material, alguns títulos tendem a ser considerados raros e muito mais valiosos.
Dubplate
Prensagens com qualidade de som superior feitas para DJs e produtores. São feitas de acetato e geralmente estão disponíveis em 10 polegadas.
EPs (Extended Play)
Menores que um LP, geralmente contêm de três a cinco faixas e são um meio-termo entre single e álbum. Pode ter 7 ou 10 polegadas.
Discos Coloridos
Edições especiais colecionáveis com cores diferentes, transparência e efeitos.
Shaped Discs
São discos com recortes não circulares e normalmente compactos, já que só é possível que os sulcos estejam na parte mais central do disco.
Shaped discs: 8 vinis fora da curva para ter na coleção
Picture Discs
Apresentam gravuras, fotografias e outras artes impressas na prensagem. Os tamanhos variam de acordo com o título, podendo ter 12, 10 ou 7 polegadas.
Flexi Discs
Discos flexíveis normalmente disponibilizados em promoções e brindes.
Velocidade e qualidade sonora
A velocidade de rotação influencia diretamente na experiência auditiva. De forma resumida, velocidades mais rápidas geralmente oferecem melhor qualidade de som, porém, menos tempo de gravação.
33 1/3 RPM
Velocidade usada na maioria dos LPs de 12 polegadas, proporciona longos tempos de reprodução. Possibilita armazenar mais música, mas os sulcos ficam mais compactos, podendo reduzir a qualidade do áudio.
45 RPM
Com espaço maior entre os sulcos, oferece melhor qualidade de som e é usado principalmente para singles. Permite maior fidelidade sonora e menos ruído, resultando em um som mais limpo.
78 RPM
Embora tenham sido revolucionários para a época, esses discos apresentavam limitações significativas em termos de qualidade sonora devido à largura dos sulcos, técnicas de gravação da época e também propriedades do material com o qual eram fabricados.
Melhorando a experiência
Para uma experiência mais completa, um bom toca-discos faz toda a diferença. Na hora de escolher o seu, priorize modelos com ajuste de contrapeso e antiskating (que impede que o braço do aparelho deslize em direção ao centro do disco), além de peças substituíveis, como agulha e braço, para facilitar manutenções e upgrades.
Considere também se o aparelho possui pré-amplificador embutido para conectar caixas de som ou invista em um pré-amp externo para garantir qualidade de áudio. Quer mais detalhes? Confira nossa outra matéria.
Rodando na melhor frequência: os melhores lançamentos em toca-discos de 2024