Fotos: Daniela Grimberg
Música e literatura marcaram a abertura da 5ª edição do El Mapa de Todos. O festival independente de música latino-americana começou durante o Sarau Elétrico dessa terça-feira, que acontece semanalmente no bar Ocidente, em Porto Alegre.
Em meio à também tradicional Feira do Livro de Porto Alegre, a escolha pela literatura caiu bem – afinal, assim como a música, esse é um componente fundamental dos laços culturais entre nós e os hermanos. Como não poderia deixar de ser, Borges, Cortázar, García Marquez e Vargas Llosa foram alguns nomes evocados pelo professor Sergius Gonzaga, convidado especial, junto a Cláudio Moreno, Diogo Grando e à anfitriã Kátia Suman.
O pontapé musical do El Mapa começou com a canja da noite, que ficou por conta do pop folk de Andrés Correa. Natural de Bogotá, o artista lançou, no início do ano, seu quinto álbum, Aurora, que será executado com sua banda completa nessa sexta-feira, no bar Opinião. Mas o envolvimento do colombiano com a música vai além das melodias e letras melancólicas: Correa também é um dos fundadores do Barrio Colombia, organização independente de artistas que promove, dentre outras atividades, o Festival Internacional de Canción Itinerante (FICIB). “O FICIB já tem seis anos e é parceiro do El Mapa, é um festival voltado à música autoral da América Latina. Acredito que essas iniciativas são fundamentais. Compartilhamos um mesmo continente, há uma cultura que nos une”, aponta o músico.
Outro festival importante no emergente circuito alternativo latino-americano é o uruguaio ContraPedal, no qual os gaúchos da Apanhador Só foram destaque na última edição, em outubro desse ano. “O El Mapa, assim como o FICIB ou o Contrapedal, busca não só divulgar bandas de fora, mas também dar propulsão aos artistas locais”, explica Fernando Rosa, idealizador e curador do El Mapa de Todos.
Para ele, a fusão entre organizadores, gravadoras e músicos latinos vem ganhando força nos últimos anos. “Esses festivais voltados à integração são uma alternativa à essa lógica de mercado que foca na música anglo-saxã. Essa relação de desconhecimento, de descontentamento, não é só no Brasil, é em toda a América Latina. Então, acredito que esses festivais independentes ajudam a criar esse link musical com os países vizinhos”, conta.
Hoje, o El Mapa segue para o Theatro São Pedro, com o gaúcho Luís Marenco e o uruguaio Daniel Viglietti.
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