Em 1988, muito antes de a filha de Elis Regina e César Camargo Mariano se tornar a cantora conhecida como Maria Rita, outra artista de mesmo nome apareceu com um disco estranho e inovador.
Brasileira, de Maria Rita Stumpf (que na época assinava apenas como “Maria Rita”), é um álbum denso que une a estética eletrônica dos anos 1980 ao batuque de herança africana, às melodias mântricas dos povos indígenas, passando pelo groove do funk e por synths que dançam entre o rock progressivo e uma atmosfera épica quase new age.
Lançado de forma independente, esse disco teve um impacto limitado na época de seu lançamento e nunca caiu nas graças do grande público. Em 1993, a artista gaúcha residente no Rio de Janeiro chegou a lançar outro álbum, Mapa das Nuvens, que foi o seu último trabalho. Agora, quase trinta anos depois, Brasileira foi redescoberto por DJs europeus, que passaram a usar samples de seus trechos, atraindo grande interesse do mercado internacional.
Ouça abaixo três faixas do álbum:
A procura pelo disco, cuja prensagem original está à venda no Discogs por centenas de euros, motivou a sua primeira reedição desde o lançamento original. O responsável é o selo Selva Discos, fruto de uma colaboração entre JD Twitch, do selo Optimo, e a dupla brasileira de DJs Selvagem (Millos Kaiser e Trepanado).
A nova edição em vinil de Brasileira está disponível aqui.
Veja abaixo Maria Rita Stumpf apresentando ao vivo a experimental “Cântico Brasileiro No.3 (Kamaiurá)” no II Musicanto Sul Americano de Música Nativista, em 1984:
Ouça abaixo uma amostra de todas as faixas do disco: