Patti Smith pelas lentes do seu primeiro amor, o artista Robert Mapplethorpe

30/12/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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30/12/2014

Com as poesias de Arthur Rimbaud embaixo do braço, em 1967 Patti Smith conheceu em NY aquele que seria seu primeiro grande amor e companheiro de trabalho, o fotógrafo Robert Mapplethorpe. Relembramos aqui alguns registros da compositora feitos por ele para falar sobre a relação inspiradora dos dois no aniversário de 68 anos de Patti.

Juntos, eles buscaram seus destinos. Foi ela quem incentivou Robert a pegar uma câmera na mão, e Robert a encorajou a expressar suas poesias em forma de música. Em meio a subempregos e hotéis sujos, o casal traduzia suas angústias, felicidades, dúvidas e curiosidades em arte.

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1976, por Robert Mapplethorp

1976, por Robert Mapplethorp

Era um amor livre que perdurou intensamente até os anos 70, quando Robert assumiu-se gay. Mas os dois nunca deixaram de se ver. Robert continuou sendo o fotógrafo oficial de Patti até seus últimos dias. Antes de morrer, ele ainda fotografou a cantora com sua filha no colo, Jesse Smith. Desse jeito, a clássica capa do álbum de estreia Horses não poderia ter sido feita por outra pessoa que não ele.

O fotógrafo era apaixonado por Patti Smith, a expressividade inatacável no rosto da poetisa e o jogo de luz e sombra. Em 1989, quando Robert tornou-se mais uma vítima da AIDS, Patti ficou desolada sem seu complemento artístico com quem ela compartilhava a vida, mesmo sem estar próxima.

1978, por Robert Mapplethorp

1978, por Robert Mapplethorp

Sabendo da influência de Michelangelo nas fotografias do amado, em 2009, a cantora ajudou a trazer uma exposição de Robert para a Galeria da Academia de Belas Artes de Florença ao lado de esculturas humanas de Michelangelo. O livro Just Kids foi lançado no ano seguinte por Patti Smith, recontando os anos rebeldes passados com Robert em NY. A publicação chegou no Brasil pelo título Só Garotos.

1978, por Robert Mapplethorp

1978, por Robert Mapplethorp

Eu só havia lido sobre lsd em um livrinho chamado Collages, de Anaïs Nin. Não sabia que a cultura das drogas estava florescendo no verão de 67. Tinha uma visão romântica das drogas e as considerava algo sagrado, exclusivo
de poetas, músicos de jazz e rituais indígenas. Robert não parecia alterado ou estranho como eu talvez imaginasse. Ele irradiava um charme delicado e travesso, tímido e protetor. Passeamos até as duas da manhã e finalmente, quase ao mesmo tempo, descobrimos que nenhum de nós tinha um lugar para ir. Demos risada disso. Mas já era tarde e estávamos cansados”
, trecho de Just Kids sobre o primeiro dia em que Patti Smith encontra Robert.

1979, por Robert Mapplethorp

1979, por Robert Mapplethorp

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30/12/2014

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