“O tempero da vida é saudade,” disse Pitty, ao falar sobre a sua empolgação pra voltar à estrada, em entrevista que publicamos aqui. Era junho, ela havia acabado de lançar o disco “Sete Vidas” e estava prestes a começar a tour.
Mais de dois meses depois, com a faixa-título transformada em hit, a cantora já passou por diversas cidades e em todas garantiu o carimbo de “sold out” no flyer dos shows. Em Porto Alegre, onde rolou nosso encontro, foi assim.
Pitty nos recebeu no backstage, menos de uma hora antes de subir ao palco do Opinião. Vestia um look total black, que valorizava ainda mais a atual boa forma. Sim, ela está “magérrima”, conforme algumas meninas comentam em seu Instagram, mas a bela mulher que encontramos no camarim vai além de padrões estéticos. Pitty está feliz, e é certamente isso que a transforma na “musa”, “diva” , “gata”, “linda”, “foda”, “maravilhosa”, “perfeita”, “gostosa” dos fãs.
Os adjetivos, porém, não fazem do show uma histeria coletiva. Os fãs cresceram e mantêm outra postura diante daquela que afirmou ser “de carne, osso e coração”, em 2005, ao receber o prêmio de “Ídolo MTV”, no VMB, por votação popular. A aproximação que rola agora, com os fãs mais adultos, é comemorada por Pitty, firme em sua opinião a respeito da idolatria. “Sempre tentei desconstruir isso na medida do possível, mas nem tudo está nas minhas mãos, e procuro tentar compreender as pessoas ao redor.”
Fotos: Ariel Fagundes
Juntos, fãs e artista elevaram a posição de Pitty no mainstream brasileiro. Ela tem consciência do lugar que ocupa, mas não entra no jogo do “nome a zelar”. Ao contrário, aliás, a cantora não abre mão de ser quem sempre foi: a garota que cresceu brincando na rua, ouvindo discos e formando bandas na Bahia e acreditando que, no fim, o que fica mesmo é a família, os amigos e o que se vive.
E tudo o que Pitty viveu até aqui está no livro de fotos que está lançando. Dividido em capítulos, ele traz cenas da infância e da adolescência da cantora em Salvador, das primeiras bandas, Inkoma e Shes, de toda a sua trajetória desde a chegada ao Rio, ao assinar com a Deck Disc, até hoje, passando também pela fase do Agridoce, projeto paralelo que manteve com Martin Mendonça, seu guitarrista, entre 2011 e 2013. A própria Pitty escreveu os textos que explicam cada capítulo, mas ela prefere dar valor mesmo às imagens, conforme contou durante o nossa conversa.
Os melhores momentos desse encontro, você assiste no vídeo:
“Cronografia: Uma Trajetória em Fotos” (Edições Ideal) tem lançamento oficial programado pra amanhã, em todo o Brasil. Na galeria, a gente oferece uma palhinha do livro, que tem 160 páginas e está à venda aqui:
Fotos: Ariel Fagundes