“Projeto Pixinguinha devia estar no Guinness” assume Paulo Soares da Funarte

28/02/2022

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Gabriela Amorim

Por: Gabriela Amorim

Fotos: Arquivo Nacional/Domínio Público

28/02/2022

Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha, nasceu no Rio de Janeiro em 1897 e agora tem sua história disponibilizada gratuitamente em canal do Youtube e site da Funarte (Fundação Nacional de Artes), com o Projeto Pixinguinha. O trabalho, iniciado em 1977, foi encabeçado pelo produtor, poeta e pesquisador musical Hermínio Bello de Carvalho, e busca transportar vídeos de entrevistas e apresentações do carioca que faleceu em fevereiro de 1973.

O projeto, que já teve idas e vindas, agora se atualiza para o público com recursos de acessibilidade – libras, audiodescrição e legendas ocultas-, e traz importantes nomes brasileiros do mundo da música, como Jards Macalé, Cartola, Edu Lobo, Clementina de Jesus, Jackson do Pandeiro e mais. Em entrevista à NOIZE, o produtor e diretor artístico da Funarte, Paulo César Soares afirma que o trabalho se propôs a unir artistas de épocas passadas com artistas atuais: “O Jackson do Pandeiro é realmente um músico extraordinário, e o Projeto Pixinguinha tinha e tem por princípio juntar músicos, cantores e compositores de épocas passadas com artistas do momento. De forma que um artista renomado do passado dá força para um artista do momento e vice-versa. Então, com este princípio, há toda a trajetória do Projeto Pixinguinha, de 1977 a 2017, se pautou em juntar artistas com esta característica.”

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Foto: Acervo Instituto Moreira Salles/Reprodução

O artista, que faria 125 anos em 4 de maio desse ano, formou o conjunto Oito Batutas em 1919, com o irmão China e os músicos Donga, Nelson Alves, Jacob Palmieri e José Alves de Lima. No mesmo ano, eles iniciaram uma excursão por São Paulo e Minas Gerais, patrocinada pelo carioca Arnaldo Guinle. Em 1921, excursionam pela Bahia e Pernambuco para realizar shows e pesquisar gêneros musicais brasileiros.

Os vídeos do projeto documentam a trajetória do programa institucional e circulou pelo Brasil em diferentes fases, entre 1977 e 2017, em conversa Soares confessa: “Evidentemente que a Funarte, que está sim estudando a volta do projeto, por ser um projeto muito robusto, num país muito grande. Acredito que o Projeto Pixinguinha devia estar no Guinness, colocar elenco de 10, 15, 20 pessoas viajando simultaneamente no Norte, no Nordeste, no Centro-Oeste, no Sul e no Sudeste, não é para qualquer um. E o Brasil fez isso e deverá continuar fazendo. E deveria continuar fazendo, é o que pretendemos. Mostrando o artista do Sul, no Norte; Do Norte, no Sul; Do Nordeste, no Centro-Oeste e por aí vai. Sem contar a diversidade de gêneros que nós temos.”

Foto: Arquivo Nacional/Domínio Público

O Projeto Pixinguinha percorria o Brasil com elencos de 10 a 12 músicos de artistas e a Fundação gravava os espetáculos antes de começarem a viajar, em primeiro momento em materiais como fita de rolo e fita cassete. O trabalho de digitalização do acervo, envolveu o cuidado minucioso de ambiente e temperatura adequada, promovendo ainda mais os cuidados com a preservação da memória musical do Brasil: “Houve esse tempo todo para gravar e guardar os áudios muito bem, em temperatura adequada no Centro de Conservação da Funarte. No caso, no Brasil Memória das Artes, eu tive a honra de coordenar o projeto criado em 2004 e esse projeto envolveu uma equipe grande do CEDOC, contratamos uma empresa especializada no Rio, que digitalizasse o acervo naquela época, então isso envolveu umas 20 a 30 pessoas, dependendo do momento, entre 2004 e 2006.”, finaliza o produtor.

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28/02/2022

Gabriela Amorim

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