_por Tathianna Nunes
A primeira vez que fui no extinto Free Jazz, mais tarde o extinto Tim Festival ficava admirando como pode existir algo tão lindo, com bandas dos sonhos escaladas na programação, tudo funcionando aparentemente bem e cheio de pessoas que pareciam viver o momento das suas vidas. Bem, se isso não é inspiração para começar a fazer alguma coisa, está na hora de colocar a bunda na cadeira e estudar para medicina ou direito.
No meu caso serviu de inspiração. Me juntei a Thiago Marinho e Viviane Meneses e começamos com um programa de rádio e depois organizamos várias festas por aí. Mas, bem, não sentia que esses esforços poderiam ser uma carreira. 12 anos se passaram, Vivi é advogada, Thiago é jornalista e eu sou produtora. Não sei se os sonhos dos meus amigos se realizaram como eles queriam, mas posso afirmar que os meus ainda não. Mas, bem, dizem que aos 30 ainda somos capazes de realizar vários. E uma coisa boa disso tudo é que inspirei algumas pessoas como a jovem padawan Amanda Guimarães. Sempre que posso, digo a ela para estudar direito, medicina, entre outros cursos que promovam uma vida mais estável, mais segura, mas, de certa forma, é negar a minha própria natureza.
O mundo de produção é um mundo cruel. Mas qual não é? Bem, esses anos de experiência que posso dividir com vocês é que infelizmente as pessoas que você seria capaz de colocar a mão no fogo, não merece isso de você, mas tem muita coisa boa. Bem, em qualquer ambiente de trabalho é assim, não é? Então, para os jovens padawans um recado de Maurílio Kuru Lima, o sonhador e realizador de um dos eventos mais importantes para a música brasileira. Ele é um dos idealizadores do Conexão Vivo, ao lado de Marcos Barreto, antes Conexão Telemig, que mudou a música mineira e, depois de 12 anos, está fazendo um trabalho de guerreiro para adaptar este projeto para outras cidades brasileiras e enfrentar/adaptar as características e funcionamento de cada cidade. O projeto é belíssimo e tenho muito orgulho de fazer parte. Então está aí, o recado dele.
@tathiannanunes É produtora, jornalista, libriana e apaixonada pelo Santa Cruz. Capixaba, mora em Recife há 12 anos, onde começou o Coquetel Molotov.