Foi Carlos Imperial, primeiro empresário de Roberto Carlos, quem começou a chamar o Rei de “Elvis brasileiro”, antes mesmo de RC imitar Presley, cantando “Tutti Frutti” sentado numa lambreta. A década era 1960, e Robertão realmente fazia frente a todo poderio bélico do roqueiro americano. Os dois ocupavam postos semelhantes na música pop de seus países. Ambos enveredaram por romantismo na década de 70, venderam disco a dar com pau, foram de subversores da juventude a queridinhos da nação. Enfim, os dois são reis, mas afinal, quem é O Rei dos reis?
Garanhões em última instância [RC]
Se fossem colocados sob uma lente crítica, tanto a filmografia do Rei quanto a de Elvis fariam algum vexame. Mas por trás das aventuras de James Bond encaradas por Robertão e em cada história pra boi dormir que Elvis estrelou, existe um homem disposto a amar. Cada um toma conta de seu reinado muito bem, e em última instância, os personagens correspondem ao que eles mesmos eram na vida real: garanhões. O detalhe é que Elvis passava os filmes cantando serenata enquanto RC protagonizava perseguições aéreas. É, bicho, Robertão é o cara.
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Cavaleirismo sem limite [RC]
Roberto é um cara família. Casou com uma mulher desquitada quando isso era tabu, em 1968. Em dois anos, teve dois filhos. Depois disso, casou-se outras duas vezes, a última delas com Maria Rita, que morreu de câncer em 1999. O gentleman que toda mãe já quis como genro não decepcionou e foi sempre respeitoso com as mulheres em seus 70 anos de vida. Elvis, por sua vez, era casado quando foi flagrado pelo próprio pai “dirigindo” uma orgia de mulheres, “Toca aqui, lambe ali, pega lá”. Pode, Arnaldo?
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Requebrado versus perna quebrada [ELV]
Você pode dizer que Elvis é o rei do rock, que ele era um menino branco com o vozeirão e a alma de um negro do Mississipi. A verdade, mesmo, é que Elvis causou estardalhaço porque fazia algo de que nem todo homem se orgulha: rebolar. Era natural que se exigisse de Robertão a mesma atitude requebrante dos roqueiros americanos – ele não podia, por conta da lendária perna mecânica. Foi Elvis quem rompeu barreiras para mulheres-fruta de toda sorte. Ponto pra ele!
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Não tem lugar pra showzinho [EMPATE]
Além de cantar e rebolar muito bem, o rei do rock americano colaborou para o rompimento de barreiras tecnológicas com Aloha From Hawaii – o primeiro show transmitido via satélite para o mundo. Rei Roberto brinca disso em seus especiais de fim de ano. Para ele, o que é realmente majestoso é tocar em um cruzeiro, para um público selecionadíssimo – coisa que tem feito desde 2005, cada vez com mais grandiosidade. Muitas emoções, bebida e comida boa em alto mar: imagina o estrago!
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Vendas [ELVIS]
Difícil competir em vendas com um dos maiores ícones pop de todos os tempos. Elvis Presley vendeu mais de 1 bilhão de discos no mundo todo. Roberto Carlos recebeu da Sony uma homenagem, em abril de 2010, pelos 100 milhões de discos vendidos no mundo todo – oito anos antes, Elvis já tinha vendido esta quantia somente nos Estados Unidos. RC é muito mais do que discos, é um estado de espírito.
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O vencedor, é claro, é o Rei Roberto. Quem ousaria roubar este trono?