Criolo estreia o novo disco “Espiral de Ilusões” cercado de muito carinho

28/05/2017

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Carolina Santos

Por: Carolina Santos

Fotos: Ariel Fagundes

28/05/2017

Sem grande atraso, Criolo entra no palco saudando quem estava no Auditório Araújo Vianna, quase lotado mesmo com chuva. Desde 2011, ele se apresenta em Porto Alegre lançando seus álbuns, e ontem, frisou a importância do público daqui. Ele agradeceu ajoelhado seus instrumentistas, com toda a razão, porque durante as próximas duas horas íamos presenciar a qualidade e experiência daqueles senhores e querer nos ajoelharmos também.

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A decoração do palco é simples, dando total destaque aos sete instrumentistas que o acompanham, e de cada lado do palco há um pandeiro onde é exibido a projeção de uma espiral. O figurino também parece dar ênfase aos músicos, vestidos de branco. O auditório possui apenas espaço para cadeiras, mas logo nas três primeiras canções muitos ficaram de pé e outros se encorajam a ir até a grade que separa o palco do público – o que seguiu até o final do evento.

A primeira música, cantada por Criolo e presentes do Auditório, foi “Nas Águas Do Mar”. Para quem tinha dúvidas sobre como o álbum soaria ao vivo, como eu, ele chegou mostrando que ali havia uma roda de samba de alto nível, mostrando que estava ao dizer que “o samba e o rap já cresceram irmãos”.

Como sempre, o cantor usou o espaço para transmitir mensagens além das composições, criando um diálogo intimista com o público e deixando claro que estava entre amigos queridos. Criolo estava tão à vontade que, em certo ponto, convidou seus pais para subir ao palco e receber o carinho dos fãs. Talvez ali tenhamos visto o Kleber e o Criolo se confundindo em um abraço a três, com sorriso largo e um franco amor por todos os lados.

As dez músicas do álbum foram executadas em êxtase, ainda que com alguns pedidos de desculpas por pequenos erros justificados ser a apresentação de estreia. “Se a voz falhar é sinal de que o coração não falhou”, disse. Ficou claro que não faltou improviso nesse universo de samba do Criolo, ora miúdo ora quase afrobeat, repleto de referências, de alegria e de crítica. “Fermento pra massa”, do disco Convoque seu Buda (2014) também foi apresentada, para alegria de quem esperava a chance de escutar alguma das composições de rap no show de samba. Essa canção, inclusive, já era uma das arriscadas de Criolo no território do samba. Vale lembrar que uma música inédita também foi cantada na primeira metade do show, logo após “Boca Fofa”, com temática semelhante.

O passeio de Criolo foi finalizado com “Linha de frente”, samba do Nó Na Orelha (2011) que ganhou arranjos especiais pra esse show. Esta canção com forte referência de Clara Nunes, trouxe humor e dança para o fim do show.

Ao final do espetáculo, uma fila imensa se forma ao lado do palco, composta por fãs que gostariam de estar na presença da estrela. A fila começou 23h30 e acabou 1h30, com o cantor recebendo todos de braços abertos e causando uma satisfação digna de ‘ele é muito gente fina mesmo” e “nossa, esse cara é foda!”. Eu estava no final da fila, e fui recebida com um abraço apertado, com todo o carinho e humildade que ele parece transmitir no palco, só que presencialmente. Apesar do cansaço após executar um show de duas horas, ainda foi possível mais uma hora para receber os amigos.

Ouça abaixo Espiral de Ilusão:

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28/05/2017

Social Media e frequentadora assídua do Twitter (@caroldeverdade).
Carolina Santos

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