Foi nessa sexta-feira 23 que assistimos ao rei da simpatia no Auditório Oi Araújo Vianna, em Porto Alegre. Cercado de estátuas de São Jorge, como já é de praxe, Ben Jor sobe ao palco de preto e branco, acompanhado de sua querida Banda do Zé Pretinho. “Eu amo estar aqui com essa galera!” declara o alquimista, na introdução de “Jorge da Capadócia” sucedida por “A Banda do Zé Pretinho”.
Era o anúncio de uma sequencia de alegrias que continuou com “Santa Clara Clareou” e seguiu com o medley “A Minha Menina”, “Zazueira” e “Que Maravilha”. Jorge é uma autoridade quando o assunto é festa, e aos poucos o público não resiste e começa a se levantar.
São mais de 50 anos de carreira em cima de um palco iluminado pelos olhos da plateia sedenta de suas músicas. Em seguida temos “Magnólia”, “Ive Brussel”, “Quero Toda Noite” e “Por Causa de Você Menina”. Então começa “Mas que Nada”, épica primeira composição feita quando ele ainda era “só” Jorge Ben, em seu álbum de estreia, Samba Esquema Novo, de 1963. Talvez esta tenha sido a música que levou Jorge para o mundo, gravada por nomes como Sérgio Mendes, Black Eyed Peas, Miriam Makeba e até pela Ella Fitzgerald.
Quando chegamos em “País Tropical”, faixa que é um hino ao Brasil, interpretada inicialmente por Wilson Simonal em 1969, já parece que estamos em um carnaval do Rio de Janeiro.
Depois, começa uma homenagem ao Tim Maia, que inicia com “Do Leme Ao Pontal” e segue com “W Brasil (Chama O Síndico)” acompanhada de mais emoção em seu refrão “Tim Maia, tá lá em cima, Tim Maia, tá no céu”, canta Jorge, levantando os braços. “Gaúchos e gaúchas, essa é a banda do Zé Pretinho!” segue em fala cantada e sorridente, antes de apresentar seus notórios músicos Neném da Cuíca, o baixista Dadi Carvalho, o trompetista Marlon Sete, o saxofonista Jean Arnout, e o baterista Lucas Fernandes, posicionado ao seu lado, na frente do palco, pra não negar que aquele era o show do inventor do suingue e do sambalanço.
Seguimos com “Os Alquimistas”, “Alcahol” e “Funk Astrid”, com direito a um momento muito querido, quando Neném da Cuíca vai pra frente do palco e dança alegre para o público. “Umbabarauma” e “Fio Maravilha” são as seguintes, antes de Jorge dizer “Muito obrigado pela atenção! Salve Simpatia!” e abandonar o palco.
Foram muitos “Olês Jorges” da plateia, até que eles voltassem para o bis. Agora o nosso simpático está todo de branco e de gravata floreada, anunciando a próxima cantoria.”O Homem da Gravata Florida” é uma homenagem a um importante alquimista chamado Paracelso, parte do disco Tábua de Esmeralda, de 1974. Já sem a gravata, temos “A Menina Mulher da Pele Preta” “O Telefone” e “Mexe Mexe”.
Amante declarado de muitas mulheres, chega aquela hora clássica dos shows do Jorge Ben Jor em que as garotas do público sobem ao palco. Umas 15, de muitas idades, se juntam para dançar enquanto ele canta “Gostosa” e pede para que cada uma desfile em sua frente.”Taj Mahal” é a derradeira, mas tudo bem, já estamos contaminados por muito suíngue e simpatia.
Confira a setlist:
Jorge da Capadócia
A Banda do Zé Pretinho
Santa Clara Clareou
A Minha Menina/Zazueira/Que Maravilha
Magnólia
Ive Brussel
Quero Toda Noite
Por Causa de Você Menina
Mas que Nada
País Tropical
Do Leme ao Pontal
W Brasil (Chama o Síndico)
Os Alquimistas
Alcahol
Funk Astrid
Umbabarauma
Fio Maravilha
BIS
O Homem da Gravata Florida
Menina Mulher da Pele preta
O Telefone
Que Pena
O Dia Que O Sol Declarou O Seu Amor Pela Terra
Mexe Mexe
Gostosa
Taj Mahal