É Noize no Lollapalooza #1

07/04/2014

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Por: Revista NOIZE

Fotos:

07/04/2014

Fotos: Pedro Spagnol

Com um visual bem distante do look gótico que apresentou no Grammy deste ano, a neozelandesa Lorde fez um show para uma grande e cativa audiência. Simpática, a menina declarava “vocês são lindos, e são muitos”. Acompanhada de um tecladista e um baterista, a apresentação foi empolgante, embora pareceu depender demais do uso de bases eletrônicas, deixando a apresentação menos orgânica em alguns momentos.

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Ao ser comparada com outras divas pop de sua geração, Lorde faz um show competente e mais animado do que se espera (o hit “Tennis Court” teve até pessoas pulando). Não dá para afirmar que é possível ver este espetáculo se você não gosta do tipo de pop que a Lorde faz. Mas o grande ponto positivo é que não se trata de uma apresentação completamente dependente de seu mega sucesso “Royals” (que esteve presente, mas não foi o único momento de histeria do show).

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Thomas Mars estava muito feliz a frente do Phoenix durante o show catártico que o grupo apresentou. “Nunca tocamos para tanta gente”, afirmou o vocalista, que literalmente mergulhou no mar de pessoas que se empolgava com o hit “Liztomania” e as incríveis “Entertainment”, “Rome”, “Lasso” e “1901”. As músicas do disco mais recente, Bankrupt! (2013) também estiveram presentes e não diminuíram o ritmo efervescente da apresentação. A performance do Phoenix foi uma das mais “entregues” do primeiro dia de Lollapalooza.

Foto: I Hate Flash

Foto: I Hate Flash

Maior de todos os nomes nacionais a tocar no primeiro dia do evento, a Nação Zumbi retornou aos palcos paulistanos apresentando um show com o peso e qualidade costumeiros do grupo pernambucano. Dona de um dos discos mais importantes da história recente da música brasileira (Da Lama Ao Caos, de 1994), a Nação apresentou seu legado mas também olhou para frente ao apresentar três musicas do disco novo que será lançado em abril.

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Estiveram presentes no repertório clássicos como “A Cidade”, “Manguetown” e “Quando a Maré Encher”. As músicas novas apresentadas mostraram que a trupe de Jorge Du Peixe e Lúcio Maia está disposta a explorar novas sonoridades em sua já brilhante discografia. Competir com o show do Nine Inch Nails e da galera que já se preparava para ver o Muse não é tarefa para qualquer um: isso prova que a Nação Zumbi continua firme como uma das melhores bandas do cenário brasileiro.

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O Nine Inch Nails fechou a noite do palco Ônix com um público menor que outras atrações mais pop do primeiro dia do Lollapalooza 2014. Mas isso não significa que a banda não contava com uma plateia cativa: o público presente estampava o logo do NIN em suas vestimentas como um grande exército, que presenciou um dos melhores shows do festival.

Ao vivo, a banda do multi-instrumentalista Trent Reznor é dona de um dos shows mais poderosos do mundo. Tudo é executado com perfeição técnica. Mesmo com uma produção menor do que a utilizada na Tension Tour, turnê mais recente do grupo que rodou os EUA para promover o disco “Hesitation Marks” (2013), a qualidade de som, luz e produção do espetáculo está, pelo que se podia ouvir em diálogos trocados entre fãs presentes, “em outro nível”. É o que se espera de um músico experiente que já guarda um Grammy e até um Oscar na estante de sua casa.

Foto: I Hate Flash

Foto: I Hate Flash

O setlist do Nine Inch Nails no Brasil focou em musicas mais pesadas, que aproveitavam o dinamismo da formação de palco utilizada neste show: quatro músicos que se alternavam entre diversos instrumentos. Os maiores hits da noite foram “Wish”, “The Hand That Feeds”, “Head Like a Hole” e a bela “Hurt”, de Johnny Cash, que fechou a noite.

Apesar de tocar apenas um trecho de sua música mais conhecida (“Closer”, do disco “The Downward Spiral”, de 1994) durante um interlúdio em “All Time Low”, o NIN entregou performances impecáveis de canções menos reconhecidas de seu catálogo, com destaque para o peso de “Burn” e a fúria enlouquecida das programações eletrônicas e beats presentes em “The Great Destroyer”. Trent Reznor fala pouco durante suas apresentações; mas a interação de sua banda com o público se dá com a entrega de um show colossal.

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Dentre a multidão presente neste sábado para a edição 2014 do festival Lollapaloosa, era claro perceber que a grande maioria dos presentes estava lá para ver o headliner da noite: o Muse, mesmo tendo passado recentemente pelo Brasil para fechar uma das noites do Rock in Rio 2013, era o campeão temático das camisetas utilizadas pelo público local.

Uma certa ansiedade pairava sobre a apresentação dos ingleses: a banda desmarcou uma apresentação solo que faria em São Paulo por problemas de garganta do vocalista Matt Bellamy. No show, apoteótico desde o início, o frontman segurou a barra, mas para quem já viu outras apresentações da banda, era possível perceber que o cantor enfrentava um pouco de dificuldade que, contudo, foi superada pelo profissionalismo extremo da apresentação.

Foto: I Hate Flash

Foto: I Hate Flash

O show do Muse em uma hashtag? #rockdearena. Mesmo com os vocais danificados, Bellamy comanda um espetáculo épico do início ao fim, seja em hinos mais pop como “Starlight”, nos momentos de peso de “Hysteria” ou nas excentricidades orquestrais de “Supremacy”, o Muse é um power trio que soa como um exército de músicos. A apresentação contou com um momento peculiar: “nós estamos juntos há 20 anos. Esta música vai para alguém muito legal que morreu há 20 anos”. Foi assim que o clássico “Lithium”, do Nirvana, foi introduzido ao público para homenagear Kurt Cobain, falecido em 1994.

Para o desfecho de um show grandioso mesmo com dificuldades previamente impostas, a execução dos hits “Uprising” e “Knights of Cydonia” provou algo claro desde o começo: o Muse subiu ao palco já com a plateia conquistada, e tanto o público quanto a banda deram ao primeiro dia de Lolla um fechamento grandioso.

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“Quando você toca num lugar pela primeira vez, espera tocar para cinco pessoas. Mas aqui, parece que tem umas dez mil.” O Disclosure entrou no palco mostrando sua surpresa ao ver o tamanho do público presente para ver sua apresentação. Se levarmos em consideração que o duo só tem um disco lançado e que tocava ao mesmo tempo que o headliner Muse, o barulho que os caras já conseguem causar é mesmo surpreendente.

O show é uma bela festa de música eletrônica, com produção descolada e execução extremamente competente das músicas. Os irmãos Howard e Guy Lawrence são hábeis ao tocar diversos instrumentos, como baixo, percussão e sintetizadores. Apesar de um momento de distração da plateia ou outro, a dupla fez um ótimo trabalho em manter a energia do público em alta freqüência.

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Com a presença dos hits “F For You”, “When a Fire Starts to Burn” e a incrível “Latch”, o Disclosure provou ser um dos nomes mais promissores da nova safra de artistas de música eletrônica. Eles também levam crédito por terem feito a homenagem mais obrigatória que se pode pensar ao tocar no Autódromo de Interlagos: “nós amamos o Ayrton Senna”. Parece óbvio, mas ninguém mais lembrou do herói brasileiro cujo nome hoje em dia batiza o espaço que recebeu o Lolla.

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07/04/2014

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