_por Patrícia Spier
_fotos Daniel Guimarães
Em 1986, ano em que os Titãs lançaram o disco Cabeça Dinossauro, as rádios se recusavam a tocar as músicas cheias de críticas e palavrões. No tempo dos LPs e fitas K7, o público o passava adiante e aprendia a cantar letra por letra. A bolacha lotava os shows, impulsionou a banda e, por consequência, se tornou um dos mais importantes da música brasileira.
Antigos e novos fãs acompanham a temporada de shows Cabeça Dinossauro, que comemora os 30 anos de banda e os 26 do disco. Na noite da última sexta-feira, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, outro parabéns: o baixista Branco Mello completou 50 anos. O público cantou pra ele. Em troca, Branco jogou espumante pra galera.
Na primeira turnê do disco, a administradora Cristina Soares, 42, foi a um show do grupo no Parque Ibirapuera, em São Paulo, quando abriram para o The Cure. “A gente vivia a cena Dark, eu tinha 15 anos, foi meu primeiro show sem os pais. Fiquei três dias sem falar, porque gritei demais”, lembra.
Fã de Titãs satisfeito é fã que canta junto quase o show inteiro. Foi o que muitos disseram por lá. E a banda não desapontou. Os clássicos estavam do começo ao fim do concerto. “AA UU”, “Polícia”, “Porrada”, “Família”. Tocaram também uma música que ainda não foi gravada, “Fala Renata”, que mistura forró, baião e rock. Até Raul Seixas rolou, uma versão mais pesada e rápida de “Aluga-se”.
Os ex-integrantes Arnaldo Antunes, Charles Gavin e Nando Reis não compareceram. E ainda não se sabe se vão fazer parte de algum show até o final dessa turnê.