Casa A Elétrica | Samba, tango e pirataria em 78 rpm

14/04/2023

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Erick Bonder

Por: Erick Bonder

Fotos: Reprodução

14/04/2023

Colaboração: Ariel Fagundes


“É uma boa história para ser contada em qualquer lugar: em uma cidade periférica da América do Sul, completamente ao acaso, surgiu uma das primeiras gravadoras com fábrica de discos do mundo. Isso é muito doido”, resumiu Arthur de Faria, músico e pesquisador, em entrevista concedida à NOIZE sobre a Casa A Elétrica. Esse é um texto sobre discos de 78 rpm e os primórdios da indústria fonográfica brasileira. Continue lendo e você vai entender.

Tudo começa, mais ou menos, assim: Savério Leonetti, um italiano, saiu de sua terra natal, com um belo dinheiro no bolso, para tentar a vida no “novo mundo”. Passou por Nova Iorque, Belém do Pará, Rio de Janeiro, Montevideo e Buenos Aires. Mas quis ficar em Porto Alegre, onde esteve de passagem por dois dias. Instalou, então, em 1908, na jovem capital gaúcha, seu primeiro negócio, uma loja de importados: artigos de papelaria, cartões, postais, louças, brinquedos, instrumentos musicais e, as grandes novidades, lâmpadas, discos e gramofones. O nome da loja, localizada na Rua dos Andradas, 302, era Casa A Elétrica.

Fachada da Casa A Elétrica, na Rua dos Andradas, 302, em 1914. Imagem: Hardy Vedana/ A Elétrica e os Discos Gaúcho/ Reprodução.
Savério Leonetti pousando para retrato. Imagem: H. Vedana/ Reprodução.


É importante lembrar: neste momento, lá no início do século XX, gravar e reproduzir sons era uma novidade – não apenas para os brasileiros, mas para a humanidade. “Até 1904, por aí, quando começa a se popularizar a gravação no Brasil, a única forma de ouvir música era se alguém tocasse. No lugar da caixinha JBL [risos], alguém tinha que tocar para que as pessoas ouvissem”, diz Arthur de Faria.

Fundada em 1900, no Rio de Janeiro, a Casa Edison (o nome era uma homenagem a Thomas Edison, inventor da tecnologia do gravador), inicialmente, era uma loja que vendia discos fabricados no exterior. Depois, a partir de 1902, passou a funcionar como estúdio, gravando artistas nacionais. A primeira gravação no Brasil, “Isto É Bom“, de Xisto Bahia, interpretada pelo cantor Baiano, foi feita lá. Mas estes registros eram então enviados à Europa para que os discos fossem produzidos, voltando de lá com o rótulo da fábrica multinacional impresso, primeiro como Zon-o-phone e depois como Odeon. Isso mudou em 1912, quando a própria Odeon tornou-se sócia da Edison, abrindo, no Rio, a primeira fábrica de discos de toda a América Latina.

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“E essa foi a grande sacada do Carl Lindström, que era um magnata dos discos [dono da Odeon e diversas outras empresas]. Ele tinha gravadores espalhados pelo mundo. Cada país gravava a matriz de cera e enviava pra Alemanha, que fabricava os discos e enviava de volta. Na Argentina, no Chile, ele fabricava pra todo mundo. Até que começou esse negócio de montar fábricas em cada país, com um sócio. E no Brasil, era o Fred Figner, da Casa Edison”, conta Marcos Abreu, engenheiro de áudio, colecionador e estudioso da história fonográfica brasileira.

Propaganda da Casa Edison em 1902. Imagem: Reprodução.


Por isso, os primeiros discos fabricados no Brasil mantinham, estampados nas bolachas, os selos da marca Odeon. Depois da sede carioca, a Casa Edison criou filiais em São Paulo, Pará e Bahia, que funcionavam de forma mais ou menos independente. Em 1912, Figner chegou a enviar para Porto Alegre alguns de seus funcionários, entre eles João Gonzaga (marido de Chiquinha Gonzaga) para que realizassem gravações de música regional. Lá, gravaram 102 composições, lançadas em uma série de discos que foi anunciada como Disco Rio-grandense. Mas apesar do título da coleção, constava apenas o nome da Odeon nos rótulos dos seus selos, sem menção ao nome da série. 

Anúncio dos Discos Rio-Grandenses, lançados em 1913. Imagem: H. Vedana/ Reprodução.


Pois bem: é neste momento que entram em cena Savério Leonetti e a sua Casa A Elétrica. Sabe-se lá se por um sopro de inspiração ou se por puro desejo de fazer dinheiro (é o mais provável), o empresário italiano decidiu que começaria a gravar e fabricar discos em Porto Alegre. Para isso, foi até a Alemanha comprar os equipamentos necessários. De lá, trouxe gravadores, prensas, matrizes de gravações e um técnico para treinar sua equipe. “Por conta própria, sem ter um sócio internacional. Ele montou uma fábrica independente”, conta Abreu.

Sua indústria, chamada primeiro de Fábrica De Discos Savério Leonetti e, mais tarde, de Fábrica Phonographica União, foi instalada na Glória, bairro afastado do centro da cidade, onde Leonetti possuía uma grande chácara. Lá, ele oferecia festas à sociedade porto-alegrense, e os músicos locais compareciam. Então, Leonetti os colocava em uma sala, frente a uma grande corneta de gravação, e registrava sua música. Ao longo do tempo, houve gravações feitas nesse formato, mas também outros registros nos quais os músicos foram ao estúdio especialmente para gravar. 

Fachada da Fábrica de Discos Savério Leonetti, no bairro da Glória. Imagem: H. Vedana/ Reprodução.


Otávio Dutra e o Grupo Terror dos Facões (sobre os quais falaremos logo mais) foram os primeiros a gravar em suas instalações. Isso se deu antes mesmo de a fábrica abrir as portas, mas somente mais tarde esses registros foram comercializados. A inauguração oficial, em 1913, contou com apresentação da Banda da Brigada Militar de Porto Alegre. O conjunto policial gravou uma série de músicas com Leonetti, e estes registros foram os primeiros lançamentos da sua gravadora. Foi assim que surgiu o Disco Gaúcho, o primeiro selo discográfico brasileiro.

O evento foi celebrado pelo Correio do Povo, o principal jornal local da época: “(…) esta experiência consistia na gravação de diversos discos, com discursos pronunciados por um dos presentes e com números de músicas executados por um quinteto da Brigada Militar do Estado. Assim que terminava cada parte o disco era passado num aparelho que reproduzia, nitidamente, os sons apanhados. Os visitantes assistiram aos trabalhos de fundição dos discos, mostrando-se agradavelmente impressionados com o funcionamento das modernas máquinas do estabelecimento”.  

Foto da Banda da Brigada. Imagem: H. Vedana/ Reprodução.
Rótulo de um Disco Gaúcho gravado pela Banda da Brigada. Imagem: Instituto Moreira Salles/ Discografia Brasileira/ Reprodução.


Estima-se que a Casa A Elétrica tenha gravado aproximadamente 620 músicas e a fábrica de Leonetti tenha lançado mais de 1000 títulos de 78 rpm. Entretanto, pela precariedade da documentação sobre o tema, os números são incertos. Em seu estudo, no qual realiza um levantamento destes lançamentos, Hardy Vedana, músico e pesquisador, autor do livro A Elétrica e Os Discos Gaúchos, admite: “Evidentemente, os discos que apresentamos não representam a totalidade das gravações. Acreditamos que existam muitos discos em mãos de colecionadores, por isso torna-se difícil completar essa discografia”.

Além do Disco Gaúcho, Leonetti lançou outros selos de lançamentos da sua gravadora, como o Apollo, o Phoenix, voltado para atender o mercado de São Paulo, e o Tele-phone, criado em sociedade com o empresário argentino Alfredo Amendola (voltaremos a ele). Detalhe: o selo Phoenix era uma parceria de Leonetti com Gustav Figner, irmão com o qual Fred Figner havia rompido relações. Gustav comandava a filial paulista da Casa Edison, e, a partir dessa sociedade, A Casa Elétrica expandiu sua atuação no país.

Disco Phoenix, gravado por Leonetti, em Porto Alegre, para a Casa Edison de São Paulo. Imagem: IMS/ Reprodução.


Diversos ritmos, como maxixe, polca, valsa, tango, choro e modinhas, foram gravados nas pioneiras prensas de Leonetti e muitos artistas da belle-époque da música brasileira tiveram suas carreiras eternizadas em seus discos de goma-laca. Uma curiosidade é que, devido a dificuldades técnicas, a música instrumental era mais comum. Na época, a voz não era captada com microfones, e era preciso que o cantor gritasse muito na corneta de gravação para que o seu diafragma vibrasse o suficiente, permitindo que a agulha realizasse o registro.

Entre os artistas instrumentais que gravaram n’A Elétrica destaca-se Otávio Dutra, com o Grupo Terror dos Facões. Otávio foi um dos grandes compositores do choro (na época chamado de tanguinho), com músicas que seguem até hoje nos repertórios, e ganhou notoriedade nacional nas primeiras décadas do século – fama incomum para a época. Certamente, era o músico porto-alegrense de mais destaque. Seu conjunto era conhecido por seu virtuosismo – ironicamente, “facão” era como se apelidava alguém que tocava mal -, e suas composições também foram lançadas pela Casa Edison (32 delas saíram na série Disco Rio-grandense, da qual falamos anteriormente).

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Gravação, do ano de 1913, de Otávio Dutra e o Grupo Terror dos Facões para a Casa Edison.
Disco Gaúcho com gravação de composição de Otávio Dutra, executada pelo Grupo Terror dos Facões. Imagem: Museu da Comunicação Hipólito José da Costa/ Acervo Casa A Elétrica/ Reprodução.
Rótulo de disco da Odeon que possui, no lado B, composição de Otávio Dutra executada pelo Grupo Terror dos Facões. Imagem: IMS/ Reprodução.


Mas havia espaço para o cancioneiro. Como relata o folclorista Paixão Côrtes, em seu livro Aspectos da Música e da Fonografia Gaúchas, a Casa A Elétrica viu nascer, inclusive, o samba. Entre 1913 e 1915, pelo menos seis composições foram gravadas e lançadas pela A Elétrica com a classificação de “samba” ou “samba carnavalesco”. São elas: “Yá Yá Me Diga”, “Samba Africano”, “A Baianada”, “Catira Africana”, “Nhá Maruca foi S’imbora” e “Nhá moça”. Todas foram interpretadas por Geraldo Magalhães, que lançou as faixas assinando ora como artista solo ora como parte da dupla Os Geraldos (da qual participaram Nina Magalhães e outras companheiras). 

Disco de Geraldo Magalhães, com dois dos primeiros sambas gravados, lançado pelo selo Phoenix. Imagem: IMS/ Reprodução.
Os Geraldos, em 1908. Nina Teixeira, na esquerda, e Geraldo Magalhães, na direita. Imagem: Reprodução


Na discografia conhecida d’A Elétrica, destaca-se também a música regional, por exemplo, as gravações de Moysés Mondadori, o Cavaleiro Moysé. O gaiteiro foi um dos pioneiros do que hoje é considerada a música tradicionalista gaúcha e gravou composições próprias e canções do folclore local, como “Boi Barroso”. Mondadori, além de músico, trabalhou nas prensas da fábrica e chegou a ser um de seus diretores. E esse não foi o único caso de um artista que trabalhava na produção dos discos: os irmãos Silveira, do Grupo Cahyense, também ocuparam funções operacionais na fábrica e gravaram uma grande quantidade de músicas que seriam comercializadas por Savério Leonetti. 

Disco com composições do Cavaleiro Moysé, gravados pela Casa A Elétrica em 1914. Imagem: IMS/ Reprodução.
Retrato de Moysés Mandadori. Imagem: H. Vedana/ Reprodução.


Naquela época, discos e gramofones não eram tecnologias acessíveis à maioria da população, mas sim artigos para, no mínimo, uma classe média alta. Os gramofones eram todos importados e, portanto, custavam caro. Savério Leonetti teve então a grande sacada comercial de fabricar, além dos discos, as vitrolas. Com sua produção local, baixou os custos que um consumidor tinha para aproveitar a tecnologia e expandiu o seu próprio público em potencial. Afinal, para comprar os discos, era preciso ter onde tocá-los.  

Anúncio publicitário das agulhas fabricadas por Leonetti e vendidas na Casa A Elétrica. Imagem: H. Vedana/ Reprodução.

Outro movimento comercial importante foi a entrada da A Elétrica no mercado de discos da Argentina, que via o florescimento do tango. Até 1914, os discos argentinos eram gravados em Buenos Aires e mandados para a fabricação na Alemanha ou Estados Unidos. Entretanto, com a chegada da Primeira Guerra Mundial, o comércio ultramarino foi muito dificultado, e as fábricas brasileiras surgiram como uma opção. Assim, em parceria com Alfredo Amendola, Leonetti passou a atender o mercado argentino. 

Funcionava assim, a fábrica gaúcha recebia as matrizes de selos da Argentina, como Atlanta, Era, Artigas (voltado ao mercado uruguaio), Amendola & Cia e Tele-Phone, e prensava as suas encomendas. Além d’A Elétrica, a Odeon também fabricou discos argentinos naquele período, e esse movimento acabou disseminando o tango no país. “O tango era muito popular no Brasil nessa época. Então, não foi à toa que a Casa A Elétrica gravou tango. Era um negócio que as pessoas queriam muito ouvir”, conta de Faria. 

Anúncio “imodesto” feito por Amendola, na Argentina, para os discos Atlanta, produzidos por Savério Leonetti. Imagem: H. Vendana/ Reprodução.

Leonetti chegou a levar, para gravar em Porto Alegre, Francisco Canaro, um dos principais nomes da música argentina. N’A Elétrica, ele teria registrado os tangos “El Chamuyo” e “El Desalojo”.  Segundo o pesquisador argentino Enrique Binda conta em seu livro Los Primeros 25 años de la Fonografia Nacional (1902 – 1926), há certa controvérsia, pois este disco traz o nome de outro músico, Tano Genaro, no seu selo. Entretanto, o próprio Canaro confirma a viagem para realizar a gravação, em sua autobiografia Mis Memorias: Mis Bodas de Oro Con El Tango.

Fotografia da “Orchestra Típica” tirada na ocasião da ida de Canaro à Porto Alegre. Da esquerda à direita estão: Pedro Polito (bandoneonista), Emilio Marchiano (violinista), Francisco Schultz (técnico de gravação da Casa Elétrica), José Fuster (flautista), Alfredo Amendola (empresário argentino), Francisco Canaro (maestro), Savério Leonetti (dono da Casa Elétrica) e Leopoldo Thompson (violonista). Imagem: Enrique Binda/ Los Primeros 25 años de la Fonografia Nacional/ Reprodução.
Rótulo do disco referido por Enrique Binda, com gravação de “El Chamuyo”. Imagem: E. Binda/ Reprodução.
Disco Gaúcho com a gravação de “Pollito”, de Canaro, com a “Orchestra típica”. Imagem: MuseCom/ Reprodução.


Não se sabe ao certo a razão, mas, segundo a pesquisa de Arthur de Faria, as gravações originais d’A Elétrica aconteceram entre 1913 e 1916. Depois disso, há o registro de apenas três gravações do grupo O Terror dos Facões. Sabe-se também que os negócios de Leonetti começaram a ter problemas devido a conflitos com a Casa Edison/Odeon. “Era uma briga de Davi contra Golias. Se a gente fosse falar com a linguagem de hoje, a Casa A Elétrica seria um selo independente”, compara Arthur de Faria. Em seu livro Porto Alegre: Uma Biografia Musical, Faria também aponta, referindo-se à Odeon: “A iniciativa porto-alegrense apresentava-se como a pedra no sapato da sua pretensão expansionista”.

Fotografia da Fábrica de Discos Savério Leonetti. Imagem: H. Vedana/ Reprodução.


Apesar de seu olhar visionário, Savério Leonetti tinha um lado B. Em seu livro, Enrique Binda destaca que A Elétrica fabricou discos piratas com as matrizes que recebeu da Argentina, aparentemente sem nenhuma autorização dos selos argentinos: “Outro exemplo da atividade paralela do Sr. Leonetti é o disco Phoenix nº 86. Em uma face, o rótulo indica que se trata do tango ‘O espião’, de Osvaldo Fresedo, pela Orquestra Típica Canaro. É a versão do conhecido tango ‘El Espiante’, gravado por Canaro para o selo Atlanta em 1915 (matriz 50, disco 3.027). Corroborando a suspeita de que estes discos brasileiros não contavam com a autorização dos empresários nem dos artistas argentinos, o outro lado reproduz uma matriz de outro selo discográfico! Trata-se do tango ‘Lágrimas’ de Eduardo Arolas, gravado pela Orquestra Típica Camarano para o Era, em 1916 (matriz N° 112, disco 1.979)”. 

“Na época, havia muita pirataria. Muitas coisas que o Leonetti fabricou, ele pegava matrizes de outros. Mas do mesmo jeito que o cara lá do Rio [Fred Figner] também fazia. Eles começaram a assinar as matrizes dos discos, pra que não pudesse ser copiada a matriz direta. Mas dava pra tocar o disco, copiar em outro e fabricar. Ou as pessoas pegavam a partitura da música e tocavam. É como o caso que fechou a Elétrica”, conta Marcos Abreu, adiantando o desfecho da história.

Apesar de ter movimentado o mercado fonográfico brasileiro e sul-americano, a Casa A Elétrica acabou fechando devido a um processo que sofreu. A canção “Cabocla de Caxangá” havia sido registrada pela Casa Edison, que possuía os direitos sobre a composição e a gravação. Entretanto, a música acabou gravada e comercializada pelo selo Discos Gaúchos, e Leonetti foi denunciado por isso pela concorrência. Anos depois, em 1924, a fábrica e a gravadora fecharam as portas, em decorrência do processo.

Selo Odeon de uma das gravações de “Cabocla de Caxangá” feita pela Casa Edison. Imagem: IMS/ Reprodução.
Disco Gaúcho com gravação (ilegal) de “Cabocla de Caxangá”. Imagem: MuseCom/ Reprodução.


“A fábrica sumiu. O que o Leonetti fez com as máquinas? Ele tinha cinco prensas. Onde elas foram parar?”, indaga Abreu, que possui, ele mesmo, uma das maiores coleções particulares de discos da Casa. E nós continuamos com as perguntas: onde estão esses discos? O que aconteceu com o prédio da fábrica? Por que essa história é tão pouco conhecida? Onde estão os registros sobre a Casa A Elétrica?

Tentaremos responder a essas questões na segunda parte desse texto, que será publicada em breve.

Trabalhadores na Fábrica de Discos Savério Leonetti. Imagem: H. Vedana/ Reprodução.

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Fotografias reproduzidas do livro A Elétrica e os Discos Gaúcho, de Hardy Vedana.

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14/04/2023

Erick Bonder

Erick Bonder