Confira tudo o que você precisa saber sobre o retorno da Banda Uó

22/01/2024

Powered by WP Bannerize

Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Rogger Cordeiro/ Divulgação

22/01/2024

2024 começou com uma boa notícia para os fãs da Banda Uó. Longe dos palcos desde 2018, o grupo formado por Candy Mel, Davi Sabbag e Mateus Carrilho se prepara para realizar 10 shows ao redor do país. Por enquanto, o grupo está confirmado no festival Hopi Pride, em 20/4, em São Paulo, e no Sensacional!, em 22/6, em Belo Horizonte. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por BANDA UÓ (@bandauo)

*

Com 13 anos de estrada, o trio possui dois discos lançados, Motel (2012) e Veneno (2015), além de parcerias com nomes como Mr. Catra, Preta Gil, Karol Conká e Luiz Caldas. O último single do grupo, “Tô Na Rua”, saiu em dezembro de 2017. 

Ainda que as expectativas do público estejam altas, eles não planejam lançar novas músicas: “Muita calma! Vamos voltar com essa super turnê para comemorar nossa carreira, reanimar esse país, que viveu quatro anos de desgoverno. A gente vai fazer os primeiros shows primeiro para entender como os chakras vão se alinhar. A Banda Uó nunca fechou as portas, tanto que a gente entrou em hiato com ‘Tô na rua’, porque a gente está sempre na rua e prospectando coisas”, explica Candy Mel. 

Cada integrante do grupo seguiu carreira solo, incluindo músicas próprias, além de parcerias com outros artistas. “Essa é a graça de ser artista: buscar o improvável, o novo. Naquele momento, a gente queria novidades e desafios. Os três amadureceram muito porque enquanto banda, nós somos um coletivo, então todo mundo contribui. Quando você fica sozinho, você tem que ser 360º e pensar em tudo. Voltamos mais completos artisticamente, mais polidos, mais certeiros no que queremos”, reflete Mateus Carrilho. 

Desde 2022, eles se reúnem para pensar na turnê de celebração da história da Banda Uó, formada no início da década passada em Goiânia. “Depois do segundo disco, conversamos que cada um precisava ter seu próprio espaço, e viver um momento para se descobrir enquanto artista. A Banda Uó ocupa um tempo considerável da nossa rotina, então a gente quis aproveitar aquele momento para se aventurar e voltar com experiências diferentes”, pontua Davi Sabbag. 

Para Candy Mel, os últimos anos trouxeram maturidade ao trio: “Como éramos uma tríade, e cada um seguiu carreira solo, a gente teve que dar conta de tudo, seja gestão ou pesquisa musical. Nossos olhos ficaram atentos a tudo”, explica a cantora. “Acho que agora há uma leveza maior,  trazemos uma alegria do reencontro.”

Em ensaios desde o fim de 2023, o grupo terá uma banda de apoio no palco, além de bailarinos e telões inéditos. Na coletiva de imprensa, o grupo dividiu novidades e refletiu sobre a trajetória do grupo: 

Conquistas LGBTQIAP+ na música pop 

Candy Mel: “A gente sempre sonhou com isso. Desde o início, a gente pensava em diversidade, mas também na complexidade de vários gêneros musicais e várias pessoas que fazem música. A gente sempre teve essa antropofagia, que é pegar o internacional e tentar abrasileirar, transformar em algo extremamente brasileiro. O que a gente vê hoje são vários festivais e lugares abertos para receberem o nosso tipo de música e de público. A gente nem imaginou que ia ter tudo isso. Que teríamos uma cena inteira de pessoas LGBTIAP+ no hype do país, domingo as cenas musicais. Isso é muito chique. Há 10 anos era um sonho muito distante ver a Pablo (Vittar) e a Gloria (Groove) fazendo show para multidão e chegando no mainstream.” 

Mateus Carrilho: “Batemos na tecla de que melhorou, mas pode melhorar muito mais. Queremos bater de frente com os artistas do sertanejo, do trap e do pop. Artistas LGBTIAP+ merecem estar lado a lado com os grandes artistas da música brasileira. Hoje a gente se sente mais bem colocado, porque antes, o pop era mato. A gente ficava desencaixado e agora voltamos bem incluídos no que está acontecendo na música no Brasil.”

Caminhos da música pop em 2024 

Candy Mel: “A gente sempre ouviu que tem uma linha reta que corta o Goiás para o Pará em uma estrada só. Então no meio disso tem muita troca, escutamos coisas do Brasil inteiro até criar a nossa própria arte.” 

Davi Sabbag: “Os três têm históricos e vivências diferentes. A gente colocava aquilo que gostava. É muito bom poder valorizar o Brasil.” 

Mateus Carrilho: “Acho que a grande sacada da Banda Uó foi ter feito pop pensando em incluir a nossa brasilidade, e que caracteriza o pop dessa década. A nossa vontade sempre foi incluir o que tinha no Brasil voltado para a música eletrônica. A gente sempre olhou para o funk, reggaeton, tecnobrega. A gente era nervoso, né. Hoje estamos mais maduros e calmos. Escutei os discos da banda e sinto que é só tiro, porrada e bomba. O que o pop gosta, e quer, é cair pra trás, quer gritar e impressionar.” 

Banda Uó como referência da nova geração

Candy Mel: “Tinha aquela cena alternativa, muito chata, que só ouvia música internacional, e a gente fez essa mistura, a auto-ironia a toda prova. Fico muito feliz quando ouvimos que somos inspiração. Fico grata e assustada.” 

Davi Sabbag: “É o rock’n’roll misturado com brega e reggaeton. Fizemos versões de músicas indies, de Katy Perry, uma mistura doida, mas cheia de amor.” 

Mateus Carrilho: “Pode perguntar, de Jão a Anitta, todo mundo foi e é fã de Banda Uó. Acho que os artistas que estão no pop hoje tem um pouquinho da gente dentro deles, de alguma maneira. A nossa ideia sempre foi abraçar o que a sociedade via como algo que não era bem visto. A gente abraçou todas essas características e vimos o quanto o mercado se transformou ao longo dos anos.”

LEIA MAIS

Tags:, , , ,

22/01/2024

Revista NOIZE

Revista NOIZE