O título é “Movido a Vapor”, mas o primeiro disco do Tagore é, na verdade, movido a baião, folk, rock e psicodelia. A mistura está presente nas 13 faixas, que incluem ainda homenagens às principais referências brasileira da banda do Recife: Alceu Valença e Tom Zé, cujas músicas “Morena Tropicana” e “Todos os Olhos” aparecem em novas versões no álbum. Ouça:
“Ilhas Cayman” foi o primeiro single lançado pela banda e ganhou um clipe. Dirigido por Eduardo Pereira e Micha Rudolph, o vídeo tem cenas gravadas no centro da cidade natal do Tagore e em Siegen, na Alemanha.
Conversamos com Tagore Suassuna, que além de dar nome à banda, assume a voz e o violão, e ele falou sobre o disco e a tour que está rolando pelo Brasil.
Desde quando vocês vinham trabalhando no disco?
Após o lançamento do EP “Aldeia”, firmamos parceria com o selo Cósmica, e surgiu a oportunidade de gravar um disco. Nos meses seguintes, eu e o João nos debruçamos a pré-produzir o que viria a ser este álbum. Nesse processo, foram amadurecidas velhas e novas canções, e dessas, escolhemos as que mais dialogavam entre si. Depois disso, partimos pra nossa primeira experiência de gravação profissional, no Fábrica Estudios, com o auxílio de Clayton Barros (Ex-Cordel do Fogo Encantado) e Vinicius Nunes (Estúdio Base) na produção. Foi também a primeira vez que gravamos como “banda”, com todos os integrantes participando efetivamente do processo. Após alguns meses, finalizamos tudo, gravamos dois clipes e agora partimos para a divulgação nacional desse trabalho. Foi tudo muito diferente do processo que utilizamos no “Aldeia”, no qual gravamos tudo em casa, eu e o João, num sítio. Particularmente prefiro essa vibe mais lo-fi e creio que voltaremos a esse tipo de trabalho para o próximo disco.
Criar versões pra “Morena Tropicana” e “Todos os Olhos”, respectivamente de Alceu Valença e Tom Zé, que são clássicos da música brasileira, é uma atitude corajosa. Como chegaram nessas versões? Por que escolher essas duas músicas?
“Todos os Olhos”, nós tocávamos desde os primeiros shows, por conta da forte identificação com o trabalho do Tom, que possui melodias de fácil digestão e letras inteligentes, e essa música sintetiza isso bem. Gravar foi uma consequência natural do gostar. Já “Morena Tropicana”, começou como uma brincadeira, porque é praticamente um hino carnavalesco aqui em Pernambuco, mas a coisa foi tomando forma e passamos a tocá-la em alguns shows. Então, quando assinamos com o selo, o pessoal de lá curtia bastante a nossa versão e sugeriu que gravássemos. Como não seria o único cover presente no disco, topamos o desafio, tentando não soar forçado ou batido. Acho que o resultado ficou bem bacana, com timbres e andamentos bem particulares.
Este é o 1º disco da banda, e ele vem com uma capa bem polêmica. Por que escolheram esta imagem?
É uma imagem forte, icônica, que sintetiza bem o título da obra. E por fim, sou eu, vocalista da banda, com um ano de idade.
Agora que o disco está na rua, quais os próximos passos da banda? O que vocês estão planejando pra divulgar o trabalho?
Iniciamos a turnê de lançamento no dia 4 de setembro, no Teatro Itália, em São Paulo. Depois desse show, caímos na estrada pra mais uma série de datas pelo Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A ideia mesmo é tocar, tocar e, se der tempo, tocar mais um pouquinho.
Acompanhe a tour do Tagore na página da banda no Facebook.
Fotos: Marcelo Mattina/I Hate Flash