Eles saíram dos porões do Brooklyn, em Nova York, e em menos de três anos, lançaram um disco e conquistaram a crítica. Da BBC londrina ao NME, todos gostam do som dos Friends. Com o álbum “Manifest!”, colocaram músicas como “I’m His Girl” e “Friend Crush” na pista, mas não se deixe enganar pelos sintetizadores e pela sonoridade meio hippie da banda. Eles bebem também da mesma água que batizou nomes como Michael Jackson e Chic.
A vocalista Samantha Urbani é uma atração à parte. Performática e exalando sensualidade por todos os poros, há quem diga que ela é a nova Cat Power.
E foi com esta garota que conversamos no fim de semana, antes de vê-la no palco do MECAFestival.
Vocês têm muitos fãs fora dos Estados Unidos. Qual a melhor maneira de divulgar o trabalho da banda: com shows ou internet?
Claro que a internet é uma ferramenta poderosa, mas eu não sou muito boa em divulgar as coisas pela web. Realmente, não tentei promover a banda. Isso aconteceu naturalmente, mas acho que, quando você faz algo original com a qual se sente bem, as pessoas eventualmente vão prestar atenção no seu trabalho. Então, fazer shows e turnês é muito importante. Não podemos simplesmente ficar em casa esperando para sermos descobertos.
Falando em shows, qual foi o mais incrível a que você assistiu na vida?
Quando era menor, tive a oportunidade de assistir ao Sonic Youth algumas vezes, e isso foi realmente inspirador. Fiquei amiga do Thurston Moore apenas indo aos shows, e isso me deixou muito animada na época. Eu sei que parece clichê falar isso, mas qualquer show que aproxime as pessoas e crie nelas uma consciência maior do que as conversas superficiais às quais elas estão acostumadas é sempre uma ótima experiência. Nada é melhor do que se comunicar através de algo tão essencial quanto a música e a dança.
Se você tivesse que escolher, com quem você dividiria o palco?
O fantasma do Michael Jackson (risos), mas não acho que ele realmente tenha morrido.
Qual música você gostaria de ter composto?
Qualquer uma do Chic, uma das melhores bandas de todos os tempos. Eles mantêm a simplicidade sem perder o groove. Sou obcecada por eles.
Se você não trabalhasse com música, o que você faria?
Não considero música um trabalho. Acho que é apenas algo que eu adoro fazer. Cresci como uma artista visual, mas fazer algo humanitário, ajudar as pessoas a se comunicarem umas com as outras em um nível mais genuíno é o que eu adoro fazer, seja de forma interpessoal ou para o público em geral.
Quais são os próximos planos do Friends?
Vamos fazer outro álbum este ano e já temos uma música nova, que ainda não gravamos. Se chama “In Line With Love” e é sobre ver a essência das pessoas e se apaixonar por alguém independente da idade ou do gênero.
Do que se alimenta o Friends?
Nudismo: É legal usar roupas estranhas, mas o nudismo é a melhor moda. É uma maneira de estar em contato direto com a natureza.
Políticos liberais: Gosto de pessoas que apoiem a liberdade de expressão e respeitem a individualidade das pessoas, como a Janicis Purge.
Faça você mesmo: Gosto de filosofias como DIY, de pessoas que, como a gente, acreditam que nem tudo gira em torno do consumismo e compram ou trocam coisas de segunda mão.
Relacionamentos abertos: Ter uma mente aberta para a sexualidade e os relacionamentos humanos é algo muito importante. Admiro muito quem consegue namorar várias pessoas ao mesmo tempo e se sentir bem com isso.
Espiritualidade: É um lance quase que metafísico essa coisa de ter fé e não ser necessariamente religioso. Espiritualidade é algo importante pra gente.
Fotos: Helena Yoshioka (retrato), Johnny Marco (performance)