A mente efervescente de Tatá Aeroplano faz com que o artista divulgue, desde 2012 quando assumiu sua carreira solo, quase um projeto por ano. Escrevendo composições desde os seis anos, em junho passado o paulista lançou o disco Não Dá pra Agarrar (2022), reunindo 11 faixas de sua própria autoria, com coprodução de Dustan Gallas (baixo), Junior Boca (guitarra e violão) e Bruno Buarque (bateria e percussão), dando sequência ao consistente Delírios Líricos (2020). “Às vezes faço de três a quatro músicas por dia, em qualquer situação mas isso depende do meu estado de inspiração. Não que eu fiquei buscando compor, mas eu já estou nesse estado”, assume Aeroplano.
Com o último lançamento, Tatá percorreu um novo trajeto ao lado dos coprodutores, desta vez sem roteiro, apenas com o intuito livre de criar: “Um pouco antes de entrar no estúdio eu tinha separado uma série de músicas, mas depois pensamos em pegar uns dias no estúdio para criar coletivamente e ver o que saia”, diz o cantautor independente. Com o trio, o artista compôs, no estúdio Minduca, a faixa exultante “Solta o Desejo“, em novembro.
A amizade entre os parceiros surgiu aos acasos da vida, quando Tatá fez uma participação no disco Journal de Bad (2010), produzido por Boca e Gallas, da niteroiense Bárbara Eugênia, onde gravaram a canção “Dos Pés”. “Eu só ficava pensando que para o meu primeiro trabalho solo eu queria o Boca e o Dustan. O Bruno Buarque chegou porque na época ele tocava com o Dustan, foi uma coisa natural. Montamos a banda para fazer o show e depois já fomos gravar Na Loucura e na Lucidez (2014), deu certo.”
Sua trajetória musical, como ex-integrante das bandas Cérebro Eletrônico e Jumbo Elektro, apresenta mais de duas décadas de trabalho e nesse último disco reúne um mundo de composições adversas, que passam por cenários calmos, como na faixa “Nosso Quarto Mundo”, até a psicodelia de “Chá Delícia”, que se completa com o saxofone de Márcio Resende: “A faixa que abre o disco, escrevi duas frases na virada do milênio, durante a pandemia peguei um dia e simplesmente desenrolei. ‘Grilos na Festa’ é uma outra que trouxe de anos atrás”, relembra o artista que recorre aos materiais salvos em fitas cassetes, notas e cadernos.
Cercado de diferentes colaboradores, Tatá contou com os vocais de Eugênia nas faixas “Grilos na festa” e “Sinfonia da manhã”, cantora e compositora com quem dividiu o álbum Vida aventureira (2017), lançado há cinco anos. O disco também tem participações de Peri Pane, Malu Maria, Kika, Lenis Rino, e Yrahn Barreto, este último na composição da faixa “Na beleza da vida”.
Para o próximo projeto, o paulista se exibe despreocupado e deixa evidente que irá seguir nesse caminho do exercício coletivo de composições: “O nosso próximo disco vai ser coletivo, nesse esquema. Eu não vou mais chegar com uma canção, a gente vai criar tudo assim, porque funcionou e eu gostei. É legal porque você cria, a partir de uma coisa que você não sabe direito onde vai chegar. Eu não componho desde a entrega do disco, mas sei que quando a gente se encontrar, vai sair um material novo”, completa.
O paulista se apresenta nesta terça-feira (25), com o novo disco, na Sala Adoniran Barbosa, no Centro Cultural São Paulo, em show gratuito. Os ingressos serão distribuídos às 18 horas, na bilheteria do espaço.
Serviço: Tatá Aeroplano em show gratuito no CCSP
Data: 25/10/22.
Horário: 19 horas.
Local: Centro Cultural São Paulo.
Endereço: Rua Vergueiro, 1000, Paraíso, São Paulo.
Ingresso: Gratuito.
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