Mais uma banda vivida a receber o reconhecimento que só um lançamento com o selo da MTV pode proporcionar—e já era hora. Dispostos a dar um basta na caretice da cena rock, o Matanza legitima a porrada veloz de sua música com uma presença de palco tão marcante que chega a ser perceptível com os olhos fechados. Somada ao impacto da bateria hardcore e ao vocal rasgado, a interação com o público é o que mais convence. Os berros de Jimmy só não levam as fãs exaltadas a nadar nuas num mar de uísque por falta de mar.
“Meio Psicopata” abre com fúria os precedentes do countrycore, que “Pé na porta, soco na cara” atenua para um punk rock tranqüilo—sem perder a temática, tão agressiva que chega a ser caricata. Ziguezagueando entre o Megadeth e os Ramones, a eventual mediocridade é ofuscada por grandes momentos de rock’n’roll vividos num Hangar 110 visceral, que por pouco não vai abaixo com a saideira, “Interceptor V-6”. De extras, uma boa entrevista com a banda.
>> Por Fernando Corrêa