Mia Badgyal divide as influências e histórias que compõem o disco debut 

30/05/2023

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Gabriela Schmdt/ Divulgação

30/05/2023

Com uma sequência de singles e um EP – Mia (2019) – na bagagem, a multiartista paulistana Mia Badgyal apresentou o seu primeiro álbum, “EMERGÊNCIA”, em 18 de maio. As 16 faixas foram trabalhadas a muitas mãos ao longo dos últimos três anos. Com a produção executiva do duo de hyperpop e pc music Cyberkills, o registro conta com participação especial de Chameleo, Jup do Bairro, Boombeat, Carneosso, Frimes e PUTOCHINOMARICÓN. 

“Acredito que o álbum fala por mim e por muitas outras pessoas que precisam ser ouvidas e vistas. Espero que as pessoas se identifiquem com as minhas letras e que consigam sentir o que eu estou sentindo através das minhas músicas”, declara Mia sobre o trabalho. A narrativa evoca o fogo como mola propulsora para o desenrolar das histórias, como a compositora explica, “as letras são inspiradas pela realidade da vida como travesti, verso sobre a vontade de ser amada, amar e o sentimento de realização”. 

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A sonoridade eletrônica do álbum foi criada por diversos produtores musicais, além do Cyberkills, há o dedo de FUSO! Noize Men, DJ Meck Beat, LYZZA, Sanvtto, BADZILLA, VAMPI e Allvez. Não à toa, o registro entrega um leque variado de estilos musicais, que variam a cada música. Nessa mistura, há elementos como perreo, reggaeton, kizomba e dembow, em contato com hyperpop, techno, eurodance e trap, e para arrematar, doses de technobrega, forró e rasteirinha. No faixa a faixa, a cantora e compositora divide as histórias por trás das músicas de “EMERGÊNCIA”: 

“193”: Estou introduzindo os ouvintes na história. EMERGÊNCIA, em geral, é sobre um incêndio que eu mesma causei, mas por ser muito forte, nem me dei conta de apagar. Eu sou o próprio fogo, o que destrói, mas que também te aquece.

“EMERGÊNCIA”: Com as minhas referências do pop latino brasileiro, como Wanessa Camargo, pude contar nessa faixa o conceito do disco –  como na linha: “Se eu te pegar, você para na emergência, te queimando bem mais que pimenta. Eu duvido que você aguenta”.

“VTQ”: Essa faixa narra como a pessoa que me deseja pode me conquistar, “Se quiser meu amor vai ter que rebolar”. O ritmo é Kizomba, mas também trago referências da cultura pop brasileira, como Sandy & Junior.

“FECHA COMIGO” feat. Chameleo: Depois de conquistada, quis trazer em forma de poesia essa música, que fala sobre como me sinto quando estou amando alguém. Canto “fecha comigo que eu fecho contigo, o mundo julgando não ligo” em um reggaeton romântico porém experimental.

“VOCÊ VAI PAGAR”: É um forró que conta sobre um amor mal resolvido e que não foi pra frente – o final do relacionamento da música anterior. Trouxemos o tecnobrega na segunda parte da música, para celebrar uma das minhas referências musicais. 

“NÃO ADIANTA”: Essa é a introdução da segunda parte do álbum, que já vem mais densa. É a parte do disco onde retrato as vivências da minha transição, onde também estive enfrentando uma fase mais conectada a mim mesma e aos meus desejos. Também trouxe frases da minha primeira música, que se encaixou perfeitamente para o mood dessa track.

“CARA A CARA”: É um trap experimental, onde falo sobre a obsessão que sou capaz de causar na pessoa que cruza o meu caminho. “Tô ligada tá me olhando, seu olhar tá te entregando, não consegue disfarçar que, como eu, não tem ninguém”.

“24 HORAS” feat. Boombeat: “Um gole na boca, o mel do prazer na minha quebrada, o meu proceder”. Ela retrata o que acontece quando alguém decide se envolver comigo, é uma faixa onde pude explorar o meu lado mais sexual, trazendo comigo o ritmo da rasteirinha.

“NÃO PARA” feat. Jup do Bairro: Dessa vez, num funk 130 BPM, conto também, de forma sensual e explícita, o auge do prazer, foi como me senti durante as minha novas vivências enquanto travesti.

“LOKA”: “Soy LOKA e vou te provar, cheguei aqui pra tua paz acabar”, reafirmo, dessa vez num perreo, algo que sempre acontece em relacionamentos – muitas vezes somos vistas como loucas. 

“VAMPIRA”: Num trap experimental, narro uma noite comigo, a sedução que sou capaz de provocar. “Dejavu e aonde acaba isso, na minha cama perdendo o juízo, hora da maldade, tô sentindo que vai rolar uma sacanagem”. Foi onde me senti 100% comigo mesma, capaz de tudo pra me satisfazer.

“URGÊNCIA”: A última introdução do disco, que leva a sonoridade para a parte mais eletrônica, nessa fase, o incêndio que canto em “EMERGÊNCIA” já está rolando.

“PIRRAÇA”: Esse é um trap/rave funk onde narro estar sem paciência com a enrolação dos meus relacionamentos. “Se você tá querendo, então joga as cartas, já me incendiou e eu tô preparada, tá com fome, então devora, tá perdendo a graça”. Foi uma forma cool de contar sobre essas experiências.

“BIQUETA” feat. Frimes: Misturando dembow com tribal, é uma faixa dedicada ao prazer feminino, mas, também não só isso, combinando com a Frimes, usamos muitos gemidos regados de batida eletrônica, que mostram a Mia no auge de como e onde pode sentir prazer.

“1000 GRAU” feat. Carneosso: É a faixa break beat/techno do disco, onde proponho se jogar totalmente em mim. “Não dá pra controlar pega na minha mão, vulcão que vai fervendo em erupção”. Convido o meu ouvinte a sentir o prazer que narro ao longo do disco.

“PARADISE“ feat. PUTOCHINOMARICÓN: Essa faixa fecha EMERGÊNCIA num trance com eurodance onde canto a minha realização em estar vivendo e sendo feliz comigo mesma, também uma forma de celebrar a minha transição: “I FEEL PARADISE, ALL WE HAVE IS THIS NIGHT, WHEN I LOOK IN YOUR EYES, I FEEL SO ALIVE”. 

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30/05/2023

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