Núbia reivindica o protagonismo feminino no reggae maranhense 

01/02/2024

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Por: Isabela Yu

Fotos: Danrley Igor/ Divulgação

01/02/2024

Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, Tícia foi indicada no BQVNC do Lado B da revista #136, que acompanha o vinil de “Nightingale”, do Gilberto Gil.

Ainda adotando o nome artístico Núbia Rodrigues, a artista começa a dar os primeiros passos na cena universitária em 2016. Desde então, abandonou o sobrenome, mas continuou estreitando os laços com o reggae, a sua maior referência musical. Direto da Jamaica brasileira, São Luís, no Maranhão, ela se conecta com a sonoridade, mas também com a mensagem: “Esse ritmo nos inspira a lutar contra as discriminações, opressões e injustiças sociais”, escreveu em seu perfil no Instagram. 

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Por onde começo? O EP Peso da Ilha, lançado em 20 de novembro de 2021, no Dia da Consciência Negra, traz as cinco faixas introdutórias para conhecer o som da artista. No ano seguinte, a Festa da Música no Maranhão, um evento que reconhece talentos locais, a escolheu como um dos destaques da edição. Dentre os próximos planos, está finalizar o primeiro disco, batizado de Sabores

Mood? Como eles falam no Maranhão: “quebrando agarradinho”, esse é um som para dançar a dois, mas também a qualquer momento que pedir uma regueira com belos grooves, graves e solos de guitarra. Os instrumentos fazem a cama para a voz fazer a sua mágica, um timbre incontestavelmente feito para acompanhar o estilo, mas que também carrega em si influências do blues e do jazz. Uma cantora de soul, cheia de alma, diretamente do Nordeste. 

Como soa? Autêntico, ainda que fresco na abordagem. Além do reggae jamaicano, a compositora se inspira nos ritmos afro-caribenhos e na música nacional. No seu hall de ídolos, estão as lendas locais Célia Sampaio e Gerson da Conceição – e que possuem a mesma importância de Bob Marley e The Gladiators. “Undefined Love”, registrada no primeiro EP, carrega no grave e na melodia um quê de Amy Winehouse nos momentos mais conectados ao ska na carreira da cantora britânica. 

Qual a vibe? O nome da artista é uma homenagem às rainhas guerreiras, as Nubian Queens, que habitaram a região entre o Egito e o Sudão em 40 a.C. A força da ancestralidade se manifesta na identidade da cantora, uma mulher preta, pertencente à comunidade LGBTQIAP+. Nascida em 1995, na divisa entre a geração millennial e Z, ela se mantém atenta às mudanças do mundo e às reivindicações sociais.  

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01/02/2024

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Isabela Yu