Por dentro dos festivais: como foi a 11ª edição do Lollapalooza Brasil 

28/03/2024

Powered by WP Bannerize

Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Renata Remédios

28/03/2024

A 11ª edição do Lollapalooza Brasil, que ocorreu no último final de semana, 22, 23 e 24 de março, foi prejudicada por alguns fatores. O principal foi a programação, que cedeu espaço da curadoria antenada, para apostar em bandas nostálgicas. A falta de novidades estagnou a venda de ingressos, então o evento chegou a divulgar a promoção de dois ingressos pelo preço de um. A próxima edição do festival acontecerá em 28, 29 e 30 de março de 2025, com ingressos à venda neste link

Grupos americanos que bombaram no início dos anos 2000 – Blink-182, The Offspring, Limp Bizkit, Arcade Fire, Kings of Leon e Thirty Seconds to Mars – foram os grandes destaques do line-up. Se no passado o evento entregou shows de artistas que estavam em ascensão, – caso de Rosália, Miley Cyrus, Billie Eilish e Kendrick Lamar –, esse ano foi a vez de voltar a apostar no rock feito por homens brancos. 

*

De acordo com o levantamento feito pela pesquisadora Thabata Arruda, na página Mais Mulheres nos Festivais, a porcentagem de artistas mulheres foi de apenas 34,2%, já a de atos mistos chegou a 6,3%, e a de homens alcançou 59,5%. Em 2023, a porcentagem de mulheres no Lollapalooza foi de 35,5%; em 2022, alcançou míseros 20,6%; entre 2019 e 2018, se manteve com 12,5%. Os cancelamentos de Paramore, Rina Sawayama e Dove Cameron agravaram esse cenário. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por SZA (@sza)

No entanto, nem tudo estava perdido neste ano, pois a programação de domingo foi a que mais lembrou o passado áureo do Lollapalooza. A aguardada estreia da cantora americana SZA valeu a antecipação. Acompanhada de bailarinos e do cenário modular, ela apresentou as músicas dos discos CTRL (2017) e SOS (2022), esbanjou carisma e rasgou elogios ao público. 

Não deram o posto de headliner para Sam Smith, mas o artista inglês arrebatou o público extenso com o show do disco Gloria (2023). Em sua segunda vez no país, dividiu a apresentação entre baladas – “Stay With Me” e “Dancing With a Stranger” – e hits dançantes – “Desire”, “Promises” e “Latch”. 

No mesmo dia, havia pitadas de novidades misturadas a nomes consagrados. Na hora em que o compositor mexicano-americano Omar Apollo apresentava seu indie romântico pela primeira vez no país, os franceses do Phoenix faziam o seu sexto show em solo nacional. Mesmo com sete discos lançados desde 2000, o repertório do grupo se baseia em Wolfgang Amadeus Phoenix (2009) – “Liztomania”, “1901”, “Lasso”, “Rome” e “Armistice”. 

Durante o final de semana, algumas estreias de apostas internacionais chamaram atenção: na sexta-feira, foi a vez da compositora americana Fletcher, que viralizou no TikTok com a música “Becky’s So Hot”. Já no sábado, destacaram-se o hardcore californiano do Pierce The Vail e o rock progressivo e psicodélico dos australianos da King Gizzard & Lizard Wizard. 

Se faltou ousadia na escalação de artistas gringos, a seleção de nomes nacionais trouxe boas surpresas, como a estreia da YMA, Day Limns, Tulipa Ruiz, Xamã, Kevin O Chris e Rancore. Com exceção do Titãs, que encerrou a turnê “Encontro – Pra Dizer Adeus” no sábado, e do BaianaSystem, as bandas brasileiras foram agrupadas no período da tarde. Marcelo D2, BK, Rael, Céu, Gilberto Gil e Luísa Sonza completaram o line-up. 

Se a programação pouco chamativa foi o principal empecilho, a chuva ininterrupta entre sexta-feira e sábado piorou a situação. O lamaçal entre palcos e áreas de convivência causou acidentes, pois o público deslizava no gramado íngreme. Com a #Lamapalooza, o público dividiu casos trágicos nas redes sociais: de quedas dramáticas a roupas arruinadas, o público tentou driblar o mau tempo e os desafios da organização para aproveitar os shows.

LEIA MAIS 


Tags:, , , , , ,

28/03/2024

Revista NOIZE

Revista NOIZE