Tudo surreal desde o começo. Seria uma pegadinha com meu amigo Fabrizio Martinelli e eu, seu acompanhante. A Desperados tem esse lance de tirar as pessoas da rotina e inventou essa história.
Ele estava pensando que iríamos para Porto Alegre visitar algumas baladas, onde a bebida é vendida, e reconhecer o território para depois voltar e gravar algumas coisas. Ele dirigiria um vídeo, e eu seria o host, mas a verdade é que, quando chegamos ao aeroporto, embarcaríamos rumo a Londres para ver o show do AC/DC, no Wembley Stadium, no última dia 4. Eu sabia de tudo e ele não. Já em Guarulhos, tinha uns caras vestidos de Angus Young por todo lado, até que um deles se aproximou e anunciou a pegadinha. Surpresa total.
Embarcamos e, ao chegar na cidade, curtimos um pouco. No dia seguinte seria o show. Chegar ao estádio dá aquela emoção. Só ver um pedacinho dele pela janela do metrô já faz a perna tremer. É onde o Dave Grohl chorou de emoção e é o maior estádio do Reino Unido, com capacidade para 90.000 pessoas sentadas. Quando entramos foi emocionante, já estava lotado e ainda chegava gente.
O show estava para começar às 20h30min, e foi com pontualidade britânica que aconteceu. Vi o AC/DC pela primeira vez há alguns anos, no Morumbi, em São Paulo, com a segunda formação clássica, aquela do Back In Black (1980), o disco de rock mais vendido no mundo. Mas dessa vez, eles estavam com o sobrinho do Malcolm Young, Steven, na guitarra (que também é um senhorzinho) e aquele careca que gravou o AC/DC Live (1992), o baterista Chris Slade.
Todos estão já idosos, mas a energia é de moleque tirando onda em cima do palco. O show foi divertido, com um puta som no PA. No repertório, 2 horas de clássicos e umas 3 novas que justificam a turnê.
O AC/DC continua humilhando no quesito conjunto da obra. A banda passa aquela sensação de “calma, fique tranquilo, está tudo bem com o rock” desde 1973.
Assista a 5 momentos do show do AC/DC:
Em streaming, o set list do show: