Como vocês têm visto aqui pelo site da NOIZE, aconteceu em Porto Alegre, nesse fim de semana que passou, o Pixel Show. E claro, depois de tanto falarmos, não podíamos deixar de ir conferir o evento e contar pra vocês um pouco do que rolou por lá!
Segunda parte:
O segundo dia começou com a que foi, na nossa opinião, a melhor palestra! Catarina Gushiken contou um pouco de sua vida como designer, um pouco de sua entrada na mundo da moda e muito de sua marca Urussai, criada para abrigar os designers iniciantes que não tinham espaço no mercado. Ela falou de tudo na medida certa, cuidando para que a sua palestra ficasse dentro do tempo, e para que fosse interessante para todos os públicos que estavam lá, não apenas para designers. Logo, não foi à toa que ela foi a recordista de perguntas da platéia. Achamos até umas mocinhas emocionadas tirando fotos e pedindo autógrafos durante o intervalo.
Com uma leve mudança no cronograma, quem exibe seu slide show depois é o colombiano Jorge Restrepo. O talento do cara fica claro em seus slides, cheios de arte e design de ótima qualidade. Ele iniciou sua palestra falando de como a vida o levou ao design gráfico. E claro, não podia esquecer de mostrar seus trabalhos inspirados no conceito “saturacion VS limpieza”. Essa mistura de coisas tão opostas, e aparentemente impossíveis de se combinar em uma mesma peça, dá um resultado que, além de traduzir exatamente o conceito, é fantástico.
A sobremesa do segundo dia foi a galera do Abduzeedo. Eles falaram de sua popularidade pelo mundo e, logicamente, dos tutoriais que deixaram o site conhecido. São tutoriais fantásticos sobre design gráfico (desde tipografia até photoshop), e melhor: são gratuitos e estão disponíveis aqui. E a palestra termina com Fabiano Meneghetti: “É mais fácil se desculpar do que pedir permissão” citando o grafitteiro Banksy para responder a uma pergunta de direitos autorais.
Então o palco abre espaço para uma palestra curiosa do ilustrador Rafael Grampá. Ele conta sua história e o rumo que percorreu antes de chegar onde está. Mas para contar isso, mostra uma série de trabalhos que desgosta, fazendo comentários e confessando coisas que facilmente faziam o público rir. Ele falou de como achava seu traço ruim e da luta para achar sua identidade. Comentou sobre suas fases que foram de desenhos do cartoon network, como Meninas Superpoderosas e O Mundo de Dexter, à mangás e quadrinhos da marvel. Grampá foi bem aberto ao responder a questão de contratos que foi levantada pela platéia, e manteve o bom humor durante toda a palestra.
Para encerrar o Pixelshow, houve a segunda mesa redonda. Dessa vez com o Xande (Revista Vista), Catarina Gushiken, Rafael Grampá, Fabiano Meneghetti e Paulo Gabriel (Abduzedoo) e Jorge Restrepo. Não sabemos se foi o pessoal do Pixelshow ou o mediador Xande que tornou a mesa redonda do segundo dia mais interativa, levantando diversas questões, como a de inserção no mercado e sobre a criatividade ser “inspiração ou transpiração”. Foi um ótimo final para o evento.
Uma última crítica construtiva: a Usina do Gasômetro, apesar de ser um lugar muito Porto Alegre e voltado para as artes, prejudicou o aproveitamento do evento. A estrutura do lugar é precária, com poucas opções de restaurantes ao redor, poucos banheiros e muito, mas muito quente. Sugerimos que o próximo evento seja em um lugar com uma infra-estrutura melhor, considerando o valor do investimento feito em um evento como esse.
Bom, vimos muitas coisas legais, conhecemos muitas pessoas talentosas (e não apenas as que estavam no palco), bebemos muito redbull e fizemos umas comprinhas na parte aberta, aproveitamos. Por fim, nossos elogios a Maria Cultura pela produção local e a Zupi, produtora do Pixelshow. Achamos essa iniciativa genial, e estamos ansiosos pelo próximo evento.
E uma última dica para os nossos leitores: vão ao próximo evento. Designers ou não. É uma oportunidade fantástica de conhecer os talentos do mercado e deliciar os olhos.
Por Tomás Rahde e Julie Teixeira