O Sonoridades, festival carioca que tem curadoria de Nelson Motta, realiza edição comemorativa no Parque Lage, neste sábado, dia 5 de dezembro. São cinco anos de edições anuais e promoção de encontros entre novos e antigos nomes da MPB, não importa o gênero. Ainda com o apoio da Oi Futuro, palco principal que abrigou as edições passadas do evento, o Sonoridades chega maior em 2015, porém com apenas um dia de duração. Serão 8 horas de evento, com entrada gratuita (e sujeita a lotação, chegue cedo!), e encontros inéditos e raros entre os artistas Ava Rocha, Negro Leo e Jonas Sá; Marcos Valle e Azymuth; + 2 (Moreno, Domenico e Kassin); e Bixiga 70 com João Donato e Juçara Marçal. Além disso, o festival conta pela primeira vez com intervenções artísticas, DJs e food trucks.
Trocamos uma ideia com um dos personagens do Sonoridades, a banda Bixiga 70.
O Bixiga 70 cresceu e se tornou referência quando falamos de afro beat e música instrumental contemporânea brasileira. Qual o paralelo que vocês fazem sobre essa cena quando começaram até os dias atuais?
Nos sentimos parte de um movimento musical além de uma cena ou tipo de música, que não para de crescer através da livre escolha e distribuição nos veículos da internet. A comunicação e a troca através da música é o que mantém o nosso processo de desenvolvimento coletivo e individual em movimento. Somos parte de uma rede onde as necessidades criam os meios, e os meios por sua vez continuam a gerar as necessidades através da troca e pesquisa. Esse processo vem se desenvolvendo nos ultimos anos de forma colaborativa entre o público e o artista.
Qual é a formação atual da banda e como é o relacionamento entre vocês? É dificil trabalhar com muitas pessoas?
Somos os mesmos dez integrantes desde a gravação do primeiro album em 2011? Décio 7 na bateria, Marcelo Dworecki no baixo, Cris Scabello na guitarra, Mauricio Fleury nos teclados e guitarra, Rômulo Narde na percussão, Gustavo Cék também na Percussão, Cuca Ferreira mp Saxofone Barítone e Flautas, Daniel Nogueira no saxofone tenor e flauta, Daniel Gralha no trompete e flugelhorn e Douglas Antunes no trombone. Há dificuldades e facilidades ao trabalhar em um grupo grande. Nosso exercício é transformar as nossas limitações em aprendizados, conciliar diferentes pontos de vista em busca de um objetivo comum, a música e o bem estar da humanidade.
O que vocês estão aprontando para o histórico encontro no Festival Sonoridades com João Donato e Juçara Maçal?
Estamos muito felizes com esse encontro. João Donato é um pilar da música brasileira, e para nós um “guru”. Recentemente tivemos a oportunidade de gravar no seu próximo albúm, Donato Elétrico, que será lançado pelo selo Sesc no primeiro semestre de 2016 com direção de Ronaldo Evangelista. Juçara Marçal, é uma grandissíssima cantora que nos representa como artistas na postura e na música. Esperamos por esse encontro desde o começo da banda, estamos em festa! Tocaremos uma faixa inédita do João com arranjos do Bixiga 70 e músicas do legendários albuns Lugar Comum e Quem é Quém. Cantigas do Camdomblé gravadas em versão instrumental, serão interpretadas pela Juçara. E lógico, tocaremos músicas dos nossos três albuns gravados nesses cinco anos de estrada.
E quais os planos do grupo para 2016?
Em 2016 realizaremos a sexta tour internacional, começando no final de janeiro. Trabalharemos no quarto album da banda sem data exata para o lançamento. E após a tour de verão na Europa e Eua, lançaremos o longa “Segue o Baile” que está sendo filmado desde abril passado em shows dentro e fora do país pelo coletivo Cannes Crew, dirigido por Rubens Crispim. O filme conta um pouco do processo e a trajetoria da banda, dos nossos parceiros e a ligação da música dançante e o transe.
Descubra mais sobre o Bixiga 70 nas entrevistas que fizemos com eles. Esta de abril de 2015 e abaixo, em outubro de 2014: