Lançado na última sexta-feira, 27/10, o disco “Solar – Sun Ra in Brazil” traz oito versões de músicas da Sun Ra Arkestra por artistas brasileiros. Xênia França, Orquestra Afronsinfônica, Tiganá Santana, Max de Castro, Metá Metá, Edgar, Munir Hossn, Hamilton de Holanda, Fabrício Boliveira e BNegão participam do projeto. Além deles, há participações das artistas americanas Meshell Ndegeocello e Jazzmeia Horn.
O projeto faz parte de uma iniciativa da Red Hot Organization, organização sem fins lucrativos fundada em 1990, nos Estados Unidos. A direção artística é de Béco Dranoff, produtor e consultor de música, e a produção musical é assinada por Marcos “Xuxa” Levy, músico, arranjador e diretor musical.
“Trazer o repertório de Sun Ra numa fenda espaço tempo, para ser revisitado por artistas que formam parte da maior população negra fora da África, tão diverso e miscigenado e que luta diariamente contra a opressão, clamando por justiça social é, para mim, a forma mais digna de eternizar ainda mais obra desse gênio interplanetário”, comenta Xuxa Levy.
A primeira edição do tributo, Red Hot & Ra – Nuclear War, foi lançada no início do ano. Ambos os discos fazem parte de uma campanha de conscientização sobre a justiça climática. As tiragens em vinil nos EUA são feitas em parceria com a Music Declares Emergency, movimento do setor que atua no combate às alterações climáticas.
Para o jornalista e diretor de televisão Alberto Pereira Jr. há uma relação clara entre a obra de um dos pais do afrofuturismo, que deixou uma discografia com mais de 100 álbuns, e o contexto nacional. “Conectar a arte brasileira com a arte e filosofia afrofuturista de Sun Ra e o atual debate ecológico é um acerto. O Brasil é o país mais negro fora do continente africano e o detentor da maior parcela da floresta amazônica – ecossistema fundamental para preservação do planeta”, pontua no texto de apresentação do projeto.
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