Já conversamos sobre a importância dos seus equipamentos na qualidade final do som que você escuta. O melhor LP pode soar como o pior, simplesmente por estar rodando em uma vitrola ruim ou desregulada. Pensando na relação de custo e benefício, é sempre melhor investir um pouco mais (se houver a possibilidade) nos seus equipamentos. Prestando atenção nos pontos certos, fazendo algumas concessões aqui e ali, você pode escolher uma vitrola que caiba no seu bolso, dure por um bom tempo, tire um som satisfatório e ainda preserve sua coleção.
Aqui, nós vamos abordar as principais características com as quais você deve tomar cuidado na hora de comprar um toca-discos, além de dar algumas dicas de modelos relativamente acessíveis disponíveis no mercado.
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O que NÃO recomendamos
Maletinhas, vitrolas retrô e a maioria dos toca-discos chamados “portáteis” podem causar muita dor de cabeça. Isso porque grande parte desses equipamentos não possuem as regulagens básicas. Se houver algo errado, é muito possível que você fique de mãos atadas. Esses toca-discos costumam ser mais baratos, mas, ao longo do tempo, podem gerar prejuízos por causarem desgastes nos seus discos ou simplesmente não tocarem as músicas de forma satisfatória. Mas é evidente que, caso estes sejam os únicos modelos acessíveis para o seu orçamento, você não deve deixar de começar a colecionar por causa disso. É preciso apenas estar consciente dos problemas que estes equipamentos podem gerar, como pulos no som e o desgaste dos sulcos dos discos a longo prazo.
O que considerar na hora de comprar um toca-discos
As regulagens mais básicas e importantes que devem estar presentes no seu novo toca-discos são o contrapeso no braço e o antiskating. Recomendamos que, na hora de escolher seu equipamento novo, você escolha um que possua esses ajustes. Também é interessante que as peças da vitrola possam ser substituídas, pois assim, quando houverem desgastes ou estragos, você poderá realizar reparos pontuais para resolver o problema e até mesmo melhorias no seu sistema. Busque saber quais componentes, como agulha, cápsula e braço, vêm junto com o modelo que você está comprando (falamos mais sobre agulhas aqui e sobre braços neste outro post) e priorize aparelhos que possibilitem a substituição dessas peças.
Outro ponto para considerar é a presença de um pré-amplificador embutido no toca-discos. O pré-amplificador embutido permite que você conecte caixas de som diretamente na sua vitrola. Caso seu equipamento não venha com um desses, você precisará conectar o toca-discos em outro aparelho separado, um pré-amp ou um receiver. Nele, serão ligadas as caixas de som externas. Esse será um novo investimento, porém o som será muito melhor, em todos os aspectos. O melhor é considerar o que vale mais a pena para você. Grande parte dos modelos mais baratos disponíveis no mercado, como as maletinhas, possuem alto-falantes internos, normalmente com baixa qualidade.
Bons modelos disponíveis no mercado
Agora vamos dar algumas indicações, que deverão servir mais como uma bússola para você se guiar do que como definições de quais os melhores modelos. O importante é que você observe o que cada toca-discos possui em comum e também quais as diferenças entre cada um. Assim, você pode fazer sua própria pesquisa e encontrar equipamentos que sejam similares, mas estejam mais encaixados no seu orçamento. Como falamos agora há pouco, você pode e deve fazer algumas concessões às regras de acordo com a sua realidade no momento. Você também pode optar por comprar um toca-discos usado, desde que faça uma boa revisão nele antes. Nós vamos indicar três modelos, todos bons para quem está começando. Veja bem as características de cada um:
1. Audio Technica At Lp-60x
Este pode ser um bom toca-discos para quem está começando: custa, normalmente, um pouco mais de mil reais e possui qualidades básicas. Com pré-amplificador embutido, é completamente automatizado (com o comando play, o aparelho inicia sozinho a música e, ao final da gravação, recolhe novamente o braço). Ele não possui as regulagens de contrapeso e antiskating, mas já vem com uma regulagem minimamente confiável da fábrica (o problema é que, caso seja necessário, você não vai poder realizar estes ajustes). Sua agulha que vem de fábrica é de diamante, com boa durabilidade, e pode ser substituída quando estiver desgastada.
2. Denon Dp 200
Também é um toca-discos de entrada, para quem está no início da experiência com LPs. Suas características são muito parecidas com as do Lp-60x e ambos aparelhos são encontrados normalmente na mesma faixa de preços. Opera com sistema belt-drive e vem de fábrica com cápsula magnética. Não possui sistemas de contrapeso e antiskating (também vem de fábrica com uma regulagem relativamente confiável). Um ponto negativo é que a troca de agulha pode ser feita somente pelo mesmo modelo de fábrica, não permitindo upgrades. Tem pré-amplificador embutido e opera de forma totalmente automática.
3. Audio-Technica T-LP3BK
Este é mais caro que os anteriores: costuma custar um pouco menos de dois mil reais, mas tem alguns recursos a mais que o At Lp-60x e o Dp 200. Seu sistema de contrapeso e antiskating possibilita que você realize ajustes e tenha certeza de que poderá extrair um som de qualidade e sem risco de danificar os discos. Investir em um aparelho com essas regulagens pode realmente valer a pena com o passar dos anos. Além disso, o T-LP3BK, também possui pré-amplificador e opera de forma completamente automatizada.
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Como dissemos, estas são dicas para que você tenha noção do que procurar e do que evitar na hora de comprar um toca-discos. Mas, observando essas instruções, você está orientado para escolher sozinho, conforme suas necessidades e possibilidades. Nossa maior recomendação, no final das contas, é a seguinte: quando for comprar os seus equipamentos, pesquise bastante e procure mais de uma opção antes de tomar uma decisão. Dessa forma, com certeza você vai tomar uma boa decisão.
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