#BQVNC | Graxa e os ruídos que vêm de Recife

02/06/2015

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Paula Moizes

Por: Paula Moizes

Fotos: Divulgação

02/06/2015

Entre um expediente e outro em uma tornearia mecânica, Angelo Souza, mais conhecido pelo codinome Graxa, compõe letras pessoais, políticas e sarcásticas, que acompanham suas guitarras cheias de gana. Brincando com a sonoridade das palavras e com as palavras em si, ele já tem dois discos na bagagem e está movimentando a cena de Recife.

Diferente de seu álbum de estreia, Molho (2013), Aquele Disco Massa (2015) foi gravado mais organicamente e lançado em maio. As canções sobre políticas culturais e consumo musical são cantadas por um artista que tenta sobreviver com a música independente. Graxa faz um som experimental, por vezes bem lo-fi. Pra quem gosta de Juvenil Silva.

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Junto com nomes como Wander Wildner, neste ano ele ainda vai participar de um projeto (que ainda está esperando aprovação) de gravação de um disco em tributo ao ator e comediante Arnaud Rodrigues, que teve uma carreira musical extensa também. Entre outras coisas, Graxa nos contou sobre o novo disco e a origem de seu apelido. Veja na entrevista abaixo:

O novo disco soa com mais ruídos do que o primeiro. Como foram as gravações?

No Molho, as baterias foram todas programadas. Nesse daí, eu queria criar um negócio mais orgânico, fazendo tudo com banda. Aí nós fomos em um estúdio aqui do Recife e fizemos as linhas de bateria. Depois nós fizemos os overdubs na casa do baixista [Rama], alguns overdubs eu fiz na minha casa. Mas a ideia era essa: fazer os overdubs se guiando pelas linhas de bateria. Outra diferença dos discos foi que em Molho eu produzi sem a pretensão de nada. No segundo disco eu já tinha uma meta, um conceito.

Seu disco de estreia ganhou uma versão em vinil laranja. Você pretende fazer algo parecido com Aquele Disco Massa?

O Molho eu coloquei na internet, um cara curtiu e ele que botou a grana pra fazer o vinil. Agora eu tô organizando aqui com o pessoal de Recife um crowdfunding pra lançar Aquele Disco Massa em vinil.

Além do seu trabalho solo, você participa da cena independente de Recife de alguma outra forma?

Antes eu também tocava nas bandas Canivetes, Insites e D Mingus, mas depois eu comecei a me focar mais no meu trabalho. Eu tô organizando em conjunto com o pessoal de Recife uma coletânea de bandas daqui. A gente tá se juntando pra conseguir espaço pra fazer apresentação, sem depender de iniciativa pública e privada.

Como você sobrevive na música?

No momento, eu não tenho como ser apenas músico. Eu também trabalho em uma tornearia mecânica, por isso que meu apelido é Graxa. Fico tipo assim: tenho o emprego e nos finais de semana, ou quando aparece show, eu toco. Me sinto como se fosse um super-herói, tenho uma identidade secreta e o trabalho.

Mais Graxa:

graxa.bandcamp.com
facebook.com/NegoGraxa

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02/06/2015

InfinitA
Paula Moizes

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