Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá conseguiram uma liminar ontem que dá o direito aos músicos de usarem a marca Legião Urbana. Eles já declararam que não existe a possibilidade da banda voltar à ativa. “A Legião Urbana éramos o Bonfá, eu e o Renato. E a gente tinha combinado que se saísse um de nós três e entrasse outra pessoa, então não seria mais a Legião Urbana”, disse o ex-guitarrista do grupo.
Isso porque nos anos 80, depois da banda ter lançado o disco “Dois”, um oportunista registrou a marca Legião Urbana em seu próprio nome. Para impedir o golpe, o grupo criou uma empresa para registrar a marca, a Legião Urbana Produções Artísticas, que tinha Renato Russo como sócio majoritário e Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá como sócios minoritários.
Anos depois da morte de Renato, os herdeiros do vocalista passaram a administrar a empresa e proibiram Dado e Marcelo de usar o do nome da banda, motivados por atritos na hora de decidir a forma de gerir os direitos artísticos do grupo. Na época do Legião Urbana, Renato também divergia com os amigos na administração da obra do trio.
Dado Villa-Lobos chegou a mencionar que sequer podia citar o nome Legião Urbana, sob o risco de pagar direitos autorais. Agora, a questão foi analisada ainda superficialmente, por se tratar de uma liminar.
Para o baterista Marcelo Bonfá, se Renato Russo estivesse vivo a situação teria sido diferente. “A liminar nos trouxe de volta um direito que é nosso, nós três criamos e tornamos conhecida a Legião, é um absurdo a gente ter sido proibido de usar algo que construímos com nosso trabalho durante anos”, lamenta o músico que ajudou a criar, construir e tornar conhecida, juntamente com Renato e Dado, o Legião Urbana.