Já publicamos um número enorme de artistas em tantas e tantas páginas da Revista NOIZE. E você, que nos acompanha e nos lê, com certeza já conheceu alguma banda através de alguma das nossas entrevistas, artigos e coberturas. Tem muita gente que, na primeira vez que apareceu nas nossas páginas, ainda estava começando e, hoje, tem a carreira consolidada.
E nós temos muito orgulho disso: através do nosso trabalho de pesquisa e nossa atenção constante ao que está rolando, há 15 anos apresentamos música boa para os nossos leitores. Um desses casos, do qual gostamos bastante de lembrar, é o grupo australiano Tame Impala. Hoje, mundialmente conhecidos, eles apareceram na NOIZE pela primeira vez lá atrás, em 2010.
O Tame Impala deu as caras na NOIZE justamente na sessão “Bandas que você não conhece mas deveria conhecer” (que existe na revista até hoje) da nossa 36ª edição. Na época em que havia saído o celebrado primeiro álbum do grupo, InnerSpeaker (antecedido por alguns EPs), nós escrevemos o seguinte, com a intenção de apresentar o trabalho para os nossos leitores:
“(…) O ano começou com os aussies surpreendendo a todos novamente, em uma grande revisão musical com uma cena toda organizada. O grande destaque vai para o Tame Impala, grupo que utiliza todas as formas e cores possíveis da psicodelia e consegue ir além disso com uma pegada bem inocente. Parecem crianças discernindo sobre o legado passado até se firmarem com diferentes ferramentas sonoras, utilizadas à base de psicotrópicos. Lançaram o disco InnerSpeaker e criaram uma verdadeira enciclopédia psicodélica, com referências que vão de Deep Purple a King Crimson; agitam em Madchester até tropeçarem no Portishead e, quem sabe, continuarem a noite com MGMT. Nem por isso soam estereotipados ou sem originalidade. Bem pelo contrário, assimilam o tal rock ’n’ roll com um frescor sonoro balanceado em letras introspectivas e místicas. Ouça ‘Solitude is Bliss’ e ‘Alter Ego’, e não esqueça que InnerSpeaker é um disco para ser descoberto aos poucos. Relaxe.”
Dois anos depois, em 2012, a banda apareceu de novo para os nossos leitores, dessa vez na forma de uma entrevista exclusiva com Kevin Parker, cabeça do projeto, na nossa 56ª edição. O processo criativo do segundo álbum do grupo, Lonerism, que estourou globalmente com o sucesso “Feels Like We Only Go Backwards”, estava em pleno andamento e Parker nos deu uma prévia do que viria pela frente:
“O novo álbum [Lonerism] deve manter a referência sessentista. Provavelmente vai ser mais psicodélico do que antes. Não é uma decisão ‘fazer mais psicodélico’, mas é como eu gostaria de ouvir. Eu amo como soa, amo aquele tipo de coisa. O disco não pertence aos anos 1960 ou 1970, pertence a qualquer época. Está entre os 60’s e o futuro.”
O líder da banda ainda declarou, sobre a forma de trabalhar do Tame Impala:
“Não estou muito certo de como trabalhamos no estúdio. Porque não existe um processo, simplesmente acontece. Se houvesse, não seria tão empolgante, não seria mágico como é. É uma questão de deixar as emoções tomarem conta da música. No Tame Impala, a parte do estúdio é comigo, eu trabalho sozinho. É quando estamos no palco que trabalhamos juntos. Da forma como as músicas do Tame Impala são gravadas, é mais como o processo de um artista eletrônico.”
Desde então, passaram-se dez anos. O Tame Impala já gravou e lançou mais dois discos. E a NOIZE já publicou mais centenas de páginas, com vários outros artistas, que muita gente pode ter conhecido através do nosso trabalho. E essa é, de certa forma, a nossa missão: sempre alimentar cada pessoa que nos lê com as melhores novidades, sempre com música que toca.