A trajetória de Jair Rodrigues (1939-2014) irá brilhar nas telas de cinema, a partir do dia 27 de abril, com o longa “Jair Rodrigues: Deixa que Digam”, de Rubens Rewald, distribuído pela Elo Studios. Ascendendo musicalmente em todo o Brasil no decorrer dos anos 1960, Rodrigues terá os momentos relevantes, que aconteceram em sua vida, retratados no longa. Será apresentado o seu trabalho como apresentador no programa “Fino da Bossa”, ao lado de Elis Regina (1945-1982), e igualmente sobre a sua liberdade artística meio contraditória, em meio ao seu não posicionamento para assuntos relacionados à política ou ao racismo. “Jairzão não era um artista que se mostrou militante, mas nas entrelinhas, militava”, diz Rappin’ Hood, uma das personalidades entrevistadas, em depoimento ao filme.
O documentário, produzido pela Confeitaria de Cinema, traz o filho de Jair Rodrigues, Jairzinho, interpretando o pai em diversas passagens importantes para o filme, além de aparições de Claudine Rodrigues, viúva de Rodrigues, Jairo Rodrigues, seu irmão, e Luciana Mello, sua filha. A obra foi exibida no festival É Tudo Verdade, em 2020, e venceu na categoria de Melhor Filme pelo Voto do Público na Mostra XIII Brazilian Film Festival, de Chicago (EUA), no ano passado.
“Quando se faz um filme, é importante que a narrativa tenha conflito. Eu tinha como objetivo pesquisar se era um mito ele ser tido como o homem mais feliz do mundo. Queria encontrar uma zona de sombra no personagem. Perguntamos sobre Jair aparentar tristeza e ninguém nunca viu. Era pura alegria. Então, fizemos um longa que mostra a realidade de Jair, essa pessoa que representa um país alegre, otimista, que não existe mais. Representante de um país que se perdeu e está tentando se recuperar”, comenta Rewald, em nota divulgada para a imprensa.
O longa também inclui entrevistas com personalidades como Raul Gil, Roberta Miranda, Bruno Baronetti, Hermeto Pascoal, Moisés da Rocha, Armando Pittigliani, Rappin’ Hood, Salloma Salomão e outros.
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