Nesse sábado, a turnê “I’m With You” do Red Hot Chili Peppers passa pelo Rio de Janeiro. Na semana passada, o baterista Chad Smith estave em Belo Horizonte para apresentar aos fãs e músicos uma Drum Clinic, que aconteceu no Hard Rock Café. O evento também teve a participação de Mauro Refosco, o percussionista brasileiro do Red Hot.
O evento foi em comemoração aos 10 anos do site RHCP Brasil. Altair Pereira Santos, um dos realizadores do site tido como a página oficial do Red Hot no nosso país, nos contou como foi o encontro dos fãs com o ídolo. Foi ele quem ajudou a trazer Chad Smith para a Drum Clinic e de quebra conheceu o Chili Pepper, além de Josh Klinghoffer e Flea também.
Confira abaixo a entrevista que nós fizemos com Altair, que também foi convidado pela equipe do RHCP para ser fotógrafo oficial do site da banda nos shows em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Como funciona uma Drum Clinic?
Geralmente, numa Drum Clinic, o baterista fica lá falando sobre bateria, umas coisas muito técnicas, muito técnicas, aí toca um pouquinho… Chad Smith, não. Ele conta um pouco da carreira dele, ele incentiva as pessoas a formar uma banda, abre um espaço pra perguntas sobre bateria. Vai lá toca duas músicas e faz uma jam. Dessa vez ele fez algo que ele nunca tinha feito. Um fã pediu pra ele tocar um trecho de “Mellowship”, que é uma música do “Blood Sugar” e ele falou “Ah não lembro… mas peraí”. Aí ele foi lá na bateria, pediu pra galera cantar e ele acompanhou.
Quando surgiu a ideia de chamar o Chad Smith pra fazer esse evento?
Na verdade, tudo começou com um amigo meu, o Vitor. Ele tirou férias e foi pros Estados Unidos ver uns shows lá, e ia ter uma Drum Clinic com o Chad Smith lá em Vancouver. Então ele chegou lá bem cedo, bem antes do horário. Ele viu o Chad entrando lá, chamou ele, conversou, falou que era do Brasil. Aí o Chad falou pra ele “Entra logo aí, vem comigo, vem ouvir a passagem de som” e ele ficou lá conversando com o Chad. Depois da passagem de som, eles ficaram conversando e o Vitor jogou a ideia: “Eu sou amigo do Altair lá do site brasileiro e você devia fazer uma Drum Clinic no Brasil, você ia pirar. É muito diferente daqui. A galera aqui vai ficar sentadinha, tudo bonitinho. Lá você ia pirar, cara!” E o Chad começou a rir e falou “Deve ser uma experiência muito legal, quem sabe futuramente?”. Aí a ideia ficou no ar só.
Como foi a organização para um evento grande como uma Drum Clinic com o baterista do RHCP?
Quando anunciaram os três shows aqui no Brasil, a gente tinha contato com o pessoal do Jota Quest e perguntamos pro baixista, o PJ, se eles queriam nos ajudar a fazer em BH uma Drum Clinic com o Chad Smith ou alguma outra coisa com algum outro membro da banda. Porque em BH nós teríamos uma data boa, porque eles vão chegar um dia antes, então a gente teria esse dia pra preparar tudo ou seria antes do show. Aqui em São Paulo ou no Rio não ia dar, porque eles iam estar cansados dos shows anteriores. E eles piraram na ideia e começaram a ajudar a gente. A gente ficou uns quatro meses negociando patrocínio. Foi difícil conseguir convencer essa galera e os patrocinadores. Nós conseguimos porque temos contatos com a banda. Aí quando nós falamos “Ele quer fazer, ele vai cobrar isso, eles já liberaram, agora tem que ver com a Pearl pra poder pagar”, a galera começou a botar fé no projeto. Ainda mais que nós fizemos um videoclipe, o nome da música é “Did I Let You Know”. A gente fez ano passado junto com a Warner. A banda conhece esse vídeo, já publicou no site oficial agradecendo. Então isso deu um pouco de confiança na galera. Aí nós conseguimos organizar tudo. A bateria chegou lá em BH, a gente teve que montar no dia. A bateria é da Pearl, mas é uma configuração igual à que o Chad usa. Não nos shows, mas é uma bateria igual à que ele usa. Nós tivemos que montar ela exatamente igual. E deu tudo certo! Da zero experiência que a gente tinha, agora nós temos uma boa experiência e o próprio Chad Smith pediu pra gente fazer mais futuramente.
E quando vai ser a próxima Drum Clinic?
Quando o Chad publicou no Twitter e no Facebook sobre a Drum Clinic, ele publicou um vídeo pequeno e a galera começou a pedir pra ele vir pra Argentina, pro Chile, pra Colômbia, porque eles vão fazer show lá ano que vem. Aí a assessora do Chad Smith já mando e-mail dizendo: “A gente precisa fazer na Argentina”. Então agora a gente tem um “probleminha”, porque vamos ter que fazer na Argentina também (risos).
Você chegou a conhecer pessoalmente o Chad Smith?
Sim, sim. Mas naquela hora, o lado fã ficou totalmente fora. Só o lado profissional. Porque eu tinha que buscar ele no hotel, fazer pagamento de cachê. Então eu consegui deixar meu lado fã de lado um pouco, sabe. Antes dele ir pra Drum Clinic eles mandaram mais um segurança pra gente escoltar com os carros. A gente estava em dois carros e eles nos mandaram um terceiro por segurança. Mas deu tudo certo. A gente ficou um pouquinho no backstage, no pouco tempo que eu tinha pra ir lá pra saber se tava tudo bem, porque eu tinha que ficar correndo na produção, organizar as coisas.
O que os fãs e o Chad acharam do encontro?
O feedback que a gente teve foi muito bom, não só dos fãs e do próprio Chad Smith. O dono do Hard Rock falou que foi um dos maiores eventos que aconteceram na casa. O dono da Serenata, que é uma das maiores lojas de Belo Horizonte, ele falou que já viu diversos workshops e que esse foi o mais animado, que foi o mais foda.
No show em Belo Horizonte, vocês tentaram falar com os Chili Peppers?
A gente teve o prazer de ver o show em cima do palco. A gente nunca imaginou que ia assistir ao Chili Peppers do palco, apesar do som e da visão terem ficado um pouco prejudicados por causa dos aparelhos que ficaram na frente. Mas a emoção é animal. O Chad também convidou pra subirmos no palco no Rio. Ele gostou tanto da Drum Clinic que ele nos colocou na lista dele. Depois do show em BH eu ainda tive a oportunidade de conversar com o Josh. É muito difícil conversar com ele, porque ele é muito tímido, ele não gosta muito de falar com as pessoas, não tira foto. Ele conversou com a gente e eu falei “Josh, lembra do vídeo lá que a gente fez?” E ele falou “Sim, eu gostei! Ficou muito bom!”. Ontem de madrugada (6/11) eu consegui encontrar com o Flea, pela primeira vez. Isso foi surreal, porque ele é o meu maior ídolo. A gente tava lá no hotel pra poder pegar nossos ingressos pra hoje e ele apareceu. A gente ficou parado, só demos um “tchau” e ele veio até nós. Tava o baixista do Jota Quest lá também, porque ele tinha que pegar o ingresso. Então como eles já se conheciam facilitou.
Só faltou o Anthony.
Ele é muito difícil.