Entrevista | Francisco, El Hombre fala sobre o fim de um ciclo e o novo disco

27/09/2018

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Divulgação/Jeff

27/09/2018

Em clima de despedida, celebração e renovação, a banda Francisco, El Hombre faz suas últimas paradas com turnê do disco SOLTASBRUXA (2016). Em Porto Alegre, os shows rolam na sexta, dia 28, e sábado, 29, no Agulha. Os ingressos já estão esgotados para a primeira data, mas ainda dá tempo de garantir a sua presença na segunda apresentação por aqui. No dia 30, eles comandam o som no festival Porão do Rock, em Brasília.

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O ciclo do disco de estreia da banda – que carrega na bagagem os EPs Nudez (2013) e La Pachanga! (2015) – se encerra com um saldo mais do que positivo. Nos últimos e explosivos dois anos, a Francisco se tornou atração de destaque nos principais festivais do país, rodou o Brasil e levou a toda a mistura do seu “pachanga folk” para o México, Chile, Argentina, Cuba e Uruguai. O sucesso não se limitou aos palco: entre os vários hits, o clipe de “Triste, Louca ou Má” ultrapassou os 10 milhões de visualizações no Youtube; a faixa recebeu indicação ao Grammy Latino de 2017 na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa e também virou trilha de novela.

Agora, a banda já está a todo vapor na produção do segundo disco da carreira. A NOIZE conversou com o baixista Rafael Gomes sobre o momento da banda e seus próximos passos. Desça a página e confira:

O disco SOLSTASBRUXA já completou 2 anos. Vocês lembram quais eram as expectativas e as inseguranças meses antes do lançamento?

Honestamente, não rolava uma expectativa que pudesse nem chegar perto do que foi viver esses dois anos de lá pra cá! A gente sabia que tava na hora de soltar pro mundo algo mais completo e coeso, então tinha muito mais a ver com a vontade de se expressar do que com expectativas. Tudo que foi dito ali representa muito do que a gente pensava naquele momento e deu a oportunidade de nos entendermos a partir de nós mesmos nesse espelho que eram as nossas músicas. A maior intenção era quebrar esteticamente pontos que vinham sendo trabalhados nos EPs, mas que não representavam completamente o que queríamos dizer enquanto artistas.

Sem dúvida, o álbum foi um divisor de águas na carreira de vocês. Como vocês avaliam o ciclo do SOLTASBRUXA, sua repercussão, turnê e até mesmo o sucesso viral da faixa/clipe “Triste, Louca ou Má”?

Pra gente, até hoje, é meio difícil de entender essa repercussão toda. Sempre tem gente de lugares que a gente nem esperava mandando mensagem porque conheceu nossa música… é mega energizante pra gente saber que aquelas letras que foram escritas com tanta verdade geraram tanta identificação! Ter uma música na novela e indicada ao Grammy, por exemplo, por mais sonho que fosse em nossas cabeças, não era algo com que a gente contou em momento algum! Acho que ainda estamos digerindo muito desse processo e muita coisa ainda vai demorar mais um tempo pra cair a ficha. Sem dúvida, o SOLTASBRUXA revolucionou completamente nossas vidas e a maneira como a gente se vê enquanto artistas. Esperamos cada dia mais aprender como usar o poder que a música tem de amplificar questões tão importantes pra gente e que nós vamos percebendo que também são tocantes para outras pessoas.

Como vocês encaram esse processo de despedida e desapego do universo do SOLTASBRUXA para a criação de um universo novo? Quais são os sentimentos que surgem a partir disso e de que forma vocês estão encarando essa transição?

A gente sempre falou muito sobre a importância do desapego nos processos criativos, mas acho que isso nunca foi tão intenso como nessa transição que estamos vivendo como banda hoje. Tendo chegado em lugares que nunca imaginávamos com o SOLTASBRUXAS, houve sim um momento que gerou uma insegurança sobre como seguir, mas mantivemos firme essa certeza de que existia um novo caminho a ser seguido e experimentado. É muito bonito ser conquistado pela sua própria obra, ser convencido pouco a pouco de que é esse o caminho e de que valeu apostar as fichas em cada uma daquelas idéias.

O disco novo já tá engatilhado para o ano que vem, né? Em que fase vocês estão? Como está sendo a produção? O que podemos esperar do novo trabalho?

Nesse momento estamos mixando as músicas! Estamos começando a sentir as texturas que vão surgindo, vendo ideias se tornarem cada vez mais concretas… enquanto isso, estamos traduzindo o disco em imagens, porque a ideia é lançar o máximo de vídeos dessas músicas! Esse novo trabalho vem tomando uma forma cada vez mais sensorial em todos os aspectos possíveis. As questões sensoriais e de intensidade são dois pontos que temos quase como pilares dessa nova fase que se constrói aos poucos.

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27/09/2018

Brenda Vidal

Brenda Vidal