A leveza de Perfume Genius

13/11/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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13/11/2013

No documento é Mike Hadreas, mas na música ele é o Perfume Genius. O cantor e compositor de Seattle lançou ano passado seu segundo disco, “Put Your Back N 2 It”, e esse ano foi convidado para tocar em Recife no palco do festival No Ar Coquetel Molotov.

A estreia do músico singular foi em 2010 com o álbum “Learning”, que foi feito após um período de auto-isolamento de Mike Hadreas. Surgiu então o Perfume Genius, o alter ego que busca na música seu conforto.

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As músicas do Perfume Genius refletem os momentos angustiantes que Mike passou, com um som leve e ao mesmo tempo grandioso, como uma canção de ninar. O compositor esteve no festival No Ar Coquetel Molotov e nós estávamos lá para conversar com ele sobre o novo disco. Confere a nossa entrevista com Perfume Genius abaixo.

Seu segundo disco, “Put Your Back N 2 It”, foi lançado no ano passado. Como está a repercussão do álbum um ano depois de ele chegar às lojas?

É difícil dizer, porque fazia um ano que não tocava esse show antes de apresentá-lo no Brasil. Em casa, se eu não estou fazendo música, eu estou escrevendo, mas eu não me sinto um músico. Eu não fico andando pra lá e cá vestindo uma roupa esquisita, eu só uso jeans, camisetas, caminho com meu cachorro, limpo o cocô do meu cachorro (risos). Você acaba esquecendo que é um músico e de repente eu estou em um festival tocando música. É um choque. Para ser honesto, eu não penso muito no meu último álbum além de tocar as músicas dele. Nos últimos meses eu escrevi quase todo o meu novo álbum que vou gravar na Inglaterra depois que voltar do Brasil.

A maioria das músicas de “Put Your Back N 2 It” parecem confissões. Qual a faixa que você mais tem orgulho de ter escrito e por quê?

A música “Dark Parts” eu escrevi pra minha mãe. Eu estive pintando e fazendo coisas assustadoras e estranhas durante toda a minha vida e minha mãe sempre me perguntou: “Por que você não faz alguma coisa doce ou legal?” Então eu quis fazer uma música pra ela que fosse boa, como uma canção doce e esperançosa. Tem partes tristes e bizarras também, mas é uma música doce e eu estou muito orgulhoso dela.

A parte instrumental da música “Put Your Back N 2 It” é muito densa e um tanto melancólica. Qual é a parte mais difícil dessa faixa de reproduzir no palco?

Eu acho essa música bem devagar e repetitiva, especialmente quando fica só eu e o piano. Quando vai muito bem ao vivo e todo mundo fica em silêncio, parece que construímos um momento juntos e você se sente muito bem, com a sensação de trabalho cumprido. Mas às vezes, eu me sinto muito chateado quando está todo mundo em silêncio e tem um cara bêbado falando alto, você sabe (risos). Eu tento fazer com que isso não estrague tudo, porque há outras pessoas assistindo também. Tem também outras pequenas coisas, como suspiros que eu coloco em repetição, que criam a atmosfera e a ambiência da música. Eu não sei, tecnicamente, como fazer algumas coisas, porque eu só comecei a fazer música há quatro anos atrás. Tudo o que eu sei é tocar piano e cantar. Meu namorado e eu pensamos quais partes eu deveria tocar no piano, mas eu não sei nada além disso (risos).

Você está no Recife, onde é quente todos os dias. Como você se sentindo aqui? Como sua música se relaciona com esse lugar?

Eu nasci em Seattle, que é escura e sombria 80% do tempo, muito diferente daqui. Você poderia pensar que minha música se encaixaria melhor em um lugar escuro e sombrio, mas não é assim. Eu tenho certeza que há muitas pessoas tristes aqui, mesmo que seja um lugar muito legal (risos). Você pode achar pessoas tristes em todo o mundo.

Agradecemos Thiago Piccoli pela colaboração nessa entrevista

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13/11/2013

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