Funkeiros Cults ocupa o Museu das Favelas com exposição inédita

08/08/2024

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Divulgação/Jovem Rain

08/08/2024

Imagine Michelangelo como um jovem da periferia. Agora, pense nele assinando a obra “A Criação de Adão”, afresco clássico que ocupa o teto da Capela Sistina: será que teria o mesmo sucesso? Quantos artistas que nascem nas periferias são invisibilizados por conta de sua origem?

A provocação é direta, e é a partir dela, e de outras indagações, que o coletivo Funkeiros Cults – que ganhou projeção nacional por suas postagens nas redes sociais – aborda a arte e o cotidiano da periferia de Manaus na exposição que leva o mesmo nome. 

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Com entrada gratuita, o Museu das Favelas apresenta Funkeiros Cults, mostra que ocupa, pela primeira vez, um dos andares superiores do complexo cultural e apresenta uma abordagem que coloca a cultura do funk como protagonista.

Aberta desde 12 de julho, no Dia Nacional do Funk, data em que aconteceu o primeiro baile funk que se tem conhecimento no Rio de Janeiro, na década de 1970, a mostra conta com curadoria de Dayrel Teixeira, membro do Funkeiros Cults, que traz uma visão autêntica da arte e cultura emergentes em um cenário marcado por ocupações e conflitos de facções. A exposição tem a co-curadoria de Leandro Mendes, artista visual e coordenador do Núcleo de Educação do Museu das Favelas.

Dividida em quatro eixos, a exposição traz uma abordagem artística contemporânea que explora a vida cotidiana, recria pinturas clássicas e sintetiza passagens literárias, tudo a partir da estética do funk:

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Arte: A arte das periferias é real e significativa, oferecendo novos olhares e possibilidades para artistas que muitas vezes não têm chance de brilhar. O projeto enfatiza a produção artística nas favelas como legítima e valiosa.

Território: O projeto Funkeiros Cults surgiu na Compensa, um bairro de Manaus marcado por conflitos históricos, para trazer arte e cultura à comunidade. A seca histórica no Rio Negro destaca a importância do acesso ao lazer na natureza, especialmente em áreas periféricas afetadas pelas mudanças climáticas.

Identidade: O funk vai além de um estilo musical; é um movimento e um estilo de vida que fornece autoestima e orientação para os jovens de periferia, influenciando positivamente diversas regiões do Brasil.


Literatura: A linguagem é uma ferramenta crucial para a identidade periférica, com dialetos e gírias que definem comunidades. O projeto utiliza a linguagem da periferia para conectar-se com os jovens, reinterpretando filosofias antigas através de memes e comunicação moderna.

“Nessa exposição, o Funkeiros Cults reúne literatura, funk e obras que recriam pinturas clássicas a partir da estética do funk. Essa ocupação será uma oportunidade para o público ter um outro olhar sobre a cultura do funk, partindo da união entre arte e periferia de forma autêntica”, revela Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas.

Serviço Exposição Funkeiros Cults
Data: Até 29 de setembro
Local: Museu das Favelas – Rua Guaianases, nº 1024 – Campos Elíseos. São Paulo/SP
Horário: terça a domingo, das 10h às 17h (com permanência até as 18h)
Entrada gratuita

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