Com uma trajetória marcada por desafios e opressões, Rincon Sapiência sabe bem ressignificar dores e tratar das feridas à base de luta- sem esquecer do riso. Vencendo a pobreza, a violência urbana e combatendo o sistema racista de cada dia, o rapper abraçou a escrita e a arte para driblar as estatísticas e festeja o sucesso de seu elogiado álbum Galanga Livre, lançado no ano passado.
Por transformar dor em potência e celebrar com o sorriso aberto, Rincon foi o parceiro ideal de Rubel para a faixa “Chiste” em Casas (2017). O encontro que deu tão certo no álbum não poderia ficar de fora da nossa revista. Na NOIZE #79, que acompanha o kit com o disco de Rubel em um super vinil verde, você confere uma entrevista exclusiva com Sapiência sobre sua trajetória, sua luta e sua festa. Não perca mais tempo: clique aqui e garanta já a sua edição!
Ficou curioso? A gente vai ser bonzinho e compartilhar com você um trechinho dessa conversa:
Trecho de “A festa e a luta de Rincon Sapiência”, por Camila F Oliveira:
(…) Quanto mais expõe e amplia o alcance de suas ideias, mais Rincon sente a necessidade de estar blindado. Vindo de uma família da roça paulista, cresceu em um ambiente no qual se rezava pelo fim da seca e pela proteção daqueles que saiam de casa em busca de uma terra melhor.
Assim como faz questão de deixar claro que sua relação com a religião não é nada fácil, admite que “a religião detém alguns conhecimentos que ajudam a gente a se equilibrar espiritualmente”. É no candomblé e na umbanda que hoje ele consegue entrar em harmonia.
A relação com a arte também é algo que lhe ajuda nas oscilações entre e o choro e a gargalhada. Ao mesmo tempo em que encontrou nela uma forma de ressignificar sua história, ele conta que toda energia que dedica à isso faz com que qualquer obstáculo tenha um peso muito grande. “Eu vivo o momento do riso, mas é uma esquina que eu viro e já tô na lágrima. Os extremos caminham juntos e os dois fazem parte da nossa essência. Mas os dois são necessários pra gente evoluir. Não conheço uma fórmula para equilibrar isso, são coisas que andam quase juntas”, diz Rincon. (…)