Obra inédita de João Gilberto será lançada pelo Selo Sesc em abril

29/03/2023

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Gabriela Amorim

Por: Gabriela Amorim

Fotos: Divulgação

29/03/2023

A discografia de João Gilberto (1931-2019) será ampliada a partir do próximo mês. O motivo é a chegada do disco Relicário: João Gilberto (Ao vivo no Sesc 1998) (2023), que será divulgado no dia 5 de abril, somente na plataforma do Sesc Digital. A obra chega com 36 músicas que foram gravadas ao vivo no teatro do Sesc Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, que havia sido inaugurada em dezembro de 1997. João Gilberto foi um dos primeiros grandes nomes a pisar no palco de teatro.

João Gilberto estava em turnê para celebrar os 40 anos da bossa nova, com shows agendados em Salvador, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Maceió. Na capital paulista, ele realizou três dias de apresentações, sendo a última, em 5 de abril de 1998, a fonte para o material do projeto Relicário. As faixas serão divididas em um CD duplo, e ficarão disponíveis para o público geral a partir do dia 26 de abril.

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O projeto Relicário, do Sesc, busca nesta primeira etapa apresentar áudios de shows históricos realizados em unidades do Sesc em São Paulo, nas décadas de 1970, 1980 e 1990, remasterizados e formatados como álbuns digitais. No caso da apresentação de João Gilberto, a remasterização foi feita a partir de um registro original em fita magnética DAT. O disco conta com supervisão artística de Bebel Gilberto, filha de João.

“O álbum inaugura a coleção Relicário, composta por shows gravados em nossas unidades, registros que fazem parte de nosso acervo documental. O lançamento do álbum reforça o compromisso institucional com a valorização do patrimônio imaterial do país e com a democratização do acesso aos bens culturais.”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, em nota divulgada para a imprensa.

Dentro do repertório de 36 faixas, algumas reverberam com maior vigor, como é o caso do samba inédito “Rei Sem Coroa”, composição de Herivelto Martins (1912-1992) e Waldemar Ressurreição (1914-1980), gravado na voz de João Gilberto. A música foi divulgada 78 anos atrás na voz do cantor carioca Francisco Alves (1898-1952).

Capa do disco é criada por Paulo Cesar Silva, apelidado de Speto. (Capa: Speto)

O compositor e letrista Carlos Rennó, que esteve presente no show de 1998, destaca como João Gilberto vai muito além da interpretação. “É interessante observar os cortes e as trocas de palavras que ele aplica às letras originais, pondo em prática um projeto de dissecação, contenção e economia, que cria espaços e retira excessos, além de acrescentar lances musicais, intervindo assim nas composições (alheias), das quais se torna, de certa forma, coautor”.

A capa do disco traz a arte de Paulo Cesar Silva, apelidado de Speto, na qual ele reproduz a arte que criou em 2020, o mural João Gilberto na Avenida Senador Queirós, no bairro da Santa Ifigênia, em São Paulo, ao lado do Mercado Municipal.

No dia do lançamento, às 20 horas, o Sesc irá mostrar, no mesmo palco em que João Gilberto se apresentou 25 anos atrás, um bate papo conduzido pela jornalista e radialista Roberta Martinelli, ao lado de José Miguel Wisnik, Renato Braz e Danilo Santos de Miranda. O debate tem como propósito percorrer os caminhos do novo lançamento do Selo Sesc, além de trazer o legado do pai da bossa nova. Na mesma ocasião, haverá uma gravação do programa Som a Pino (Rádio Eldorado).

Veja abaixo as ordens das faixas nos dois discos:

CD 1

1. Violão amigo (Bide e Armando Marçal, 1942)

2. Isto aqui o que é? (Ary Barroso, 1942)

3. Vivo sonhando (Antonio Carlos Jobim, 1963)

4. Nova ilusão (Luiz Bittencourt e José Menezes, 1948)

5. Isaura (Herivelto Martins e Roberto Roberti, 1945)

6. Curare (Bororó, 1940)

7. Doralice (Dorival Caymmi e Antonio Almeida, 1945)

8. Rosa morena (Dorival Caymmi, 1942)

9. Aos pés da cruz (Zé da Zilda e Marino Pinto, 1942)

10. Louco (Ela é seu mundo) (Wilson Baptista e Henrique Almeida, 1947)

11. Pra que discutir com madame? (Janet de Almeida e Haroldo Barbosa, 1945)

12. Corcovado (Antonio Carlos Jobim, 1960)

13. Retrato em branco e preto (Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque, 1968)

14. Rei sem coroa (Herivelto Martins e Waldemar Ressurreição, 1945)

15. Preconceito (Wilson Baptista e Marino Pinto, 1941)

16. Saudade da Bahia (Dorival Caymmi, 1957)

17. O pato (Jayme Silva e Neuza Teixeira, 1960)

18. Meditação (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1960)

CD 2

1. Carinhoso (Pixinguinha e Braguinha, 1937)

2. Guacyra (Heckel Tavares e Joracy Camargo, 1933)

3. Solidão (Antonio Carlos Jobim e Alcides Fernandes, 1954)

4. O amor em paz (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1960)

5. A primeira vez (Bide e Armando Marçal, 1940)

6. Ave Maria no morro (Herivelto Martins, 1942)

7. Bahia com H (Denis Brean, 1947)

8. Samba de uma nota só (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1960)

9. Caminhos cruzados (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1958)

10. Lá vem a baiana (Dorival Caymmi, 1947)

11. Ave Maria (Jayme Redondo e Vicente Paiva,1950)

12. Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959)

13. Um abraço no Bonfá (João Gilberto, 1960)

14. Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958)

15. A valsa de quem não tem amor (Custódio Mesquita e Evaldo Ruy, 1945)

16. Eu sei que vou te amar (Antonio Carlos Jobim e Vinicius De Moraes, 1959)

17. Wave (Antonio Carlos Jobim, 1967)

18. Este seu olhar (Antonio Carlos Jobim, 1959)


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29/03/2023

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