Nos dias 29 e 30 de junho aconteceu em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, a 3ª edição do festival Turá. O festival tem a premissa de criar uma programação diversa a partir da mistura de gêneros e encontros entre artistas para apresentações únicas. Nas atrações deste ano, estavam nomes como Djavan, Banda Uó, Mc Cabelinho, Adriana Calcanhotto convida Rubel, Alcione e Chitãozinho e Xoróró.
A localização no Parque Ibirapuera, que possibilita o público se acomodar com cangas e cadeiras, os pontos gratuitos de água e o horário de finalização do festival, que acabou por volta das 22h, são pontos positivos para o formato. Entre os shows, a música é comandada por DJs enquanto o palco é montado para próxima atração. A programação contou com nomes como DJ Kokay, Lys Ventura, Carol Tucuju e Paulete Lindacelva.
Porém, a dinâmica do primeiro dia não funcionou. Enquanto a equipe arrumava o palco para receber Chitãozinho e Xoróró, a DJ Sophia teve o seu set up, que estava no canto esquerdo do palco, movido para o final, o que impossibilitou o público de vê-la. “Eu sinto muito por vocês não estarem me vendo e eu não estar vendo vocês. Eu estou muito chateada, eu queria entregar mais para vocês, mas vamos de musicalidade”. Ao terminar o set, a artista foi para frente do palco e foi recebida com a plateia gritando seu nome. No segundo dia, os DJs foram posicionados em frente ao palco principal em uma espécie de cabine.
A NOIZE separou 5 shows marcantes da 3ª edição do Turá em São Paulo:
Banda Uó
O show da Banda Uó no Turá marca o retorno do trio formado por Mateus Carrilho, Davi Sabagg e Mel, que entrou em hiato em 2018. Além do pop e brega caraterístico do grupo, a apresentação contou com elementos do funk paulista, rock e house entre a mixagem das faixas.
As batidas de leque complementaram a apresentação de “Malandro”. Já as faixas, “Búzios do Coração” e “Arregaçada”, também foram marcadas pela participação ativa do público. A primeira ao emocionar a plateia e a segunda incentivando a dança e o rebolado.
Nação Zumbi
Em celebração aos 30 anos do disco “Da Lama Ao Caos”, o grupo Nação Zumbi, formado por Jorge Du Peixe (vocal), Dengue (baixo), Toca Ogan (percussão), Marcos Matias e Da Lua(tambores), Tom Rocha (bateria) e Neilton Carvalho (guitarra) subiram ao palco do Turá para uma apresentação enérgica com a mistura do rock e manguebeat – e celebração de Chico Science.
A apresentação passou pelos sucessos “A Cidade”, “A Praieira” e “Da Lama Ao Caos”. A apresentação contou com a participação de Maciel Salú, rabequeiro e mestre de maracatu que trouxe essas características para o show. Entre letras de protestos e percussões aguçadas, a apresentação do grupo reforçou a atemporalidade do disco.
Fresno e Pabllo Vittar
Uma das propostas do Turá são os encontros entre artista no palco. Alguns desses geram uma curiosidade no público, como o caso de Fresno e Pabllo Vittar. O show começou com a branda Fresno apresentando os principais sucessos envoltos por melancolia, como “Quebre as Correntes”, “Agora Deixa” e “Infinito”.
Quase no final da apresentação, Pabllo Vittar surgiu no palco e embarcou no rock da banda com a versão rocker de “Disk Me” e na faixa “Eu Te Amo/ Eu Te Odeio”, lançada em parceria com o grupo. “Eu sempre quis fazer uma música com a Fresno, era uma das bandas que eu mais escutava na adolescência. Agora temos uma música para chamar de nossa”, disse Vittar. Para finalizar o show, a artista cantou “KO” com o grupo.
Alcione
O frio intenso do segundo dia do festival, que chegou na casa dos 12ºC, foi pauta recorrente para as atrações e os frequentadores. Ao conversar com a plateia, Alcione ressaltou a baixa temperatura em comparação a sua terra natal, mas deixou claro que isso não seria um impeditivo para uma ótima noite. “Lá no Maranhão o passarinho voa com uma asa e se abana com a outra. Vocês quando mandam frio mandam de verdade, mas não tem frio que vá nos embarreirar”.
E foi bem agasalhada e na base do cafezinho, que a Marrom fez uma apresentação celebrando as diferentes fases do amor. Ao som de sucessos como “A Loba”, “Faz Uma Loucura Por Mim”, “Figa de Guiné” e “Além da Cama”, ela contagiou o público que tentou lançar passos de samba e bolero para acompanhar as faixas. A homenagem à Mangueira, sua escola do coração, não ficou de fora. A escola de samba foi celebrada com a apresentação do enredo “Brazil Com Z é Pra Cabra da Peste, Brasil Com S é a Nação do Nordeste”, que tomou a avenida em 2002.
Djavan
A baixa temperatura também foi pauta para o alagoano Djavan, responsável por encerrar o festival. “Prazer imenso estar aqui hoje nesta noite fria que vai esquentar cada vez mais. Vai terminar um fogaréu”, disse o artista. Com danças constantes e um ‘obrigado’ simpático ao término de grande parte das músicas, Djavan passou por grandes sucessos como “Flor de lis”, “Curumim” e “Se”. A apresentação foi introduzida por um texto escrito por Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas do Brasil, e o artista reforçou que a apresentação era dedicada a todas as minorias.
Além das contagiantes “Samurai”, “Iluminado” e “Te Devoro”, o artista emocionou com um momento de voz e violão em que cantou faixas como “Meu bem querer” e “Oceano”, que gerou um couro ativo da plateia acompanhado de lágrimas e palmas satisfeitas com esse momento.
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