Com influências tropicalistas, Abacaxepa lança álbum com feat de Cátia de França

Novas Frequências traz Metá Metá e desembarca pela primeira vez em SP

Marcelo D2, Gaby Amarantos e Chico Chico abrem line do Festival Nômade 

Zaynara fala sobre devoção à música paraense; “O beat melody me dá liberdade”

Gop Tun Festival 2026 estreia com shows diurnos; veja programação

core/freeform

O anúncio do retorno do Gram, que encerrara as atividades em 2007, fez com que eu resgatasse na minha coleção os dois discos da banda, Gram, de 2004, e Seu Minuto, Meu Segundo, de 2007. Os dois são obras cheias de grandes versos, melodias belíssimas de guitarra e piano, vozes profundas e interpretações inspiradas. Grande parte desses méritos deitam na cama de Marco Loschiavo, responsável pelas guitarras, e Sérgio Filho, o vocalista, guitarrista e pianista da primeira formação. Isso não exclui, obviamente, sutileza e a precisão que a cozinha de Marcello Pagotto no baixo e Fernando Falvo na bateria. O Gram era, para todos os efeitos, uma das melhores bandas brasileiras de rock que os anos 2000 viram passar. Tinham consistência, tinham talento e compromisso. Mas acabaram. E agora voltaram.

Seu novo disco, “Outro Seu”, será lançado amanhã, contando também com a estreia do novo vocalista e guitarrista, Ferraz. Tanta importância e tanto mérito nos trouxeram até aqui: uma As Razões Para Ouvir dupla, com os dois primeiros discos do Gram como esquenta para o que vem amanhã. Vamos a elas?

Gram - Gram (2004) 

<iframe width="642" height="642" src="https://rd.io/i/Qf12xSJvoCA/" frameborder="0"></iframe>

Com a volta do Gram, me peguei revisitando os dois discos que a banda lançou. O primeiro veio numa época em que a internet era uma coisa completamente diferente, e que o Soulseek bombava mais que qualquer outra coisa. Cheguei nesse disco, claro, pelo <a href="https://www.youtube.com/watch?v=E0MF8jA16Io" target="_blank">clipe do gatinho</a>, meus amigos tinham buscado o MPEG (peguem essa, filhos da era do HD) e eu o assistia com alguma frequência. Na época, confesso, não dei muita atenção pro disco. Gostava muito de umas três músicas e depois, quando cheguei em São Paulo e revisitei tudo pela primeira vez - por culpa do talento e beleza do segundo disco da banda, descobri todas as pérolas que listo aqui embaixo. Isso sem falar das manhas dos arranjos, dos tempos quebrados, da alternatividade marota, da falta de sotaque paulistano no som… As razões para ouvir esse disco são: 

01) "Você quer me biografar mas não quer saber do fim.” (dizem que esse é o novo mal do século)
02) “Ela veio e linda me tirou pra namorar, mas foi só um beijo que fez-me despertar. Quero reprisar o sonho bom.” (Quem nunca sonhou assim, né?) 
03) “Toda luz... Muita luz pra alguém que nem queria ficar, mas nem sair…”
04) “Você notou tal poder e escolheu ser ruim.” (aí não)
05) “Quase pus tudo a perder quando acreditei que você me traria vida ou talvez calor.” (esse moço Sérgio sabia sofrer uma dor de cotovelo)
06) “But when I try to fly, I don’t have a wing as you” (a nossa Creep)
07) “Fiquei tentado ao jogo de te ver só - será um prazer perceber que você é bem mais quando em paz.” (Quanta maturidade! &lt;3)
08) “Quem inventou você fui eu, porém eu tenho que desinventar, pro bem. Preciso me livrar de tudo o que é você - um espaço pra criar um outro alguém.” (Sabe quem disse a mesma coisa, mas em inglês? Alex Turner: “Baby, I&#039;m too busy being yours to fall for somebody new.”, mas lá parece que não deu muito certo)
09) “Se esse dom é por você me prezo por não ter um dom” (PÁ)
10) “Eu era bem feliz, mas tudo agora é de outra forma. Você não está aqui e tudo segue outra norma. Por que o mundo é assim?” (Eu me pergunto isso todos os dias)

Gram - Seu Minuto, Meu Segundo (2006)

<iframe width="642" height="642" src="https://rd.io/i/Qf12xSJvoYA/" frameborder="0"></iframe>

Dois anos depois do lançamento do seu primeiro disco, o Gram volta. Revigorado, ainda mais audacioso, ainda mais maduro e agora, além de falar sobre as dores da partida de quem se gosta, também voltou os olhos para outros demônios que a gente carrega sem nem perceber o peso deles nas nossas costas ou estômago. Mais bem produzido, sem nenhuma música em inglês e me fazendo chorar aqui e acolá, “Seu Minuto, Meu Segundo” é um título que fala muito mais do que se pode ler. Conhecendo o Gram e acompanhando os trechos que selecionei abaixo, dá pra ter uma impressão bem viva do porquê. Vamos a eles?

01) “Bem no fim do livro o soldado atirou no rei, pôs um fim à guerra e ergueu suas mãos ao céu.” (Um sonho revolucionário bem pertinente para junho de 2013)
02) “Você vem andando sobre o mar, você sabe onde vai. Deve estar com alguém que te enxergou como eu. Você é um filme em mim que tem final feliz.” (Citação a Jesus e tudo o mais, que coisa)
03) “Quanto medo de não ter a herança de um rei, quanto pranto em razão de um prestigio que não vem. Pra ser nome de uma rua ou ter a cara em bronze numa praça antes do fim.” (O orgulho é uma coisa feia e faz a gente fazer coisas mais feias ainda)
04) “Quando eu te enchi de razão você me chamou de fraco, velho… Pegue o que tiver que pegar, mais o que quiser e parte de mim. Parte de mim quer te ver feliz. Parte de mim te expulsa e morre.” (Toma. Esse. Passa-fora.)
05) “Sendo assim, eu não quero mais pedir permissão pra respirar e me inspirei ainda mais. A sua festa é um favor pois ninguém me convidou: melhor pra mim!” (Nada como não ligar para nada que o seu ex faz. Nada.)
06) “Parece até primeiro beijo… E cada novo instante é bastante tempo.” (Hum rum &lt;3)
07) “E não bote a culpa em mim… Tenha dó, faz o seu, não desista agora não… Fica em pé, você vai mal. O teu charme era fatal ou talvez só pra mim? Tô pensando em te ensinar (vai por mim, você vai bem).” (Às vezes é muito, muito difícil dar conselhos.)
08) “Sou um plano por trás de mim, sou o que eu só sei. Meu resto me quer: estou vivendo pra quem? Um ou dois em um, até quando eu ou eu quiser.” (Quanta confusão)
09) “O meu traço não tem seu estilo, eu não saí de um risco seu… Sou o personagem que acordou em um livro que só pude ler em você.” (PÁ)
10) “Outra dose de lágrima vai usar pra chapar a paz. O vício pela mágoa não lhe faz mal porque ser feliz não é tão comum. Não se esquiva mais, veio aqui pagar pra ver, fazer valer a pena. É o que sempre quis.” (QUANTAS VERDADES, HEIN?)
11) Quando alguém vier pra te mudar, lembra bem que o seu olhar - apesar de grande - ainda tem cor. Como um desenho seu, de um homem que era melhor.” (Quando é que aquele homem já foi melhor?)
12) “Hoje à noite vou sair e beijar a paz que a sua dor quer. Fuja de casa, vai morar fora de mim - que a dança está sem sal e só você não vê.” (Uma dosezinha de rancor pra encerrar um relacionamento, e nada mais)

E agora? Agora é esperar por amanhã. Volta, Gram!

O anúncio do retorno do Gram, que encerrara as atividades em 2007, fez com que eu resgatasse na minha coleção os dois discos da banda, Gram, de 2004, e Seu Minuto, Meu Segundo, de 2007. Os dois são obras cheias de grandes versos, melodias belíssimas de guitarra e piano, vozes profundas e interpretações inspiradas. Grande parte desses méritos deitam na cama de Marco Loschiavo, responsável pelas guitarras, e Sérgio Filho, o vocalista, guitarrista e pianista da primeira formação. Isso não exclui, obviamente, sutileza e a precisão que a cozinha de Marcello Pagotto no baixo e Fernando Falvo na bateria. O Gram era, para todos os efeitos, uma das melhores bandas brasileiras de rock que os anos 2000 viram passar. Tinham consistência, tinham talento e compromisso. Mas acabaram. E agora voltaram.
Seu novo disco, “Outro Seu”, será lançado amanhã, contando também com a estreia do novo vocalista e guitarrista, Ferraz. Tanta importância e tanto mérito nos trouxeram até aqui: uma As Razões Para Ouvir dupla, com os dois primeiros discos do Gram como esquenta para o que vem amanhã. Vamos a elas?<div id="videoAd">*</div> <script type="text/javascript">var t = "//des.smartclip.net/ads?type=dyn&plc=90854&sz=400x320&elementId=videoAd";t += "&ref=" + encodeURIComponent(window.top.document.URL);t += "&rnd=" + Math.round(Math.random()*1e8);var s = document.createElement("script");s.type = "text/javascript";s.src = t;document.body.appendChild(s);</script>
Gram &#8211; Gram (2004) 
<iframe loading="lazy" width="642" height="642" src="https://rd.io/i/Qf12xSJvoCA/" frameborder="0"></iframe>
Com a volta do Gram, me peguei revisitando os dois discos que a banda lançou. O primeiro veio numa época em que a internet era uma coisa completamente diferente, e que o Soulseek bombava mais que qualquer outra coisa. Cheguei nesse disco, claro, pelo <a href="https://www.youtube.com/watch?v=E0MF8jA16Io" target="_blank">clipe do gatinho</a>, meus amigos tinham buscado o MPEG (peguem essa, filhos da era do HD) e eu o assistia com alguma frequência. Na época, confesso, não dei muita atenção pro disco. Gostava muito de umas três músicas e depois, quando cheguei em São Paulo e revisitei tudo pela primeira vez &#8211; por culpa do talento e beleza do segundo disco da banda, descobri todas as pérolas que listo aqui embaixo. Isso sem falar das manhas dos arranjos, dos tempos quebrados, da alternatividade marota, da falta de sotaque paulistano no som… As razões para ouvir esse disco são: 
01) &#8220;Você quer me biografar mas não quer saber do fim.” (dizem que esse é o novo mal do século) 
02) “Ela veio e linda me tirou pra namorar, mas foi só um beijo que fez-me despertar. Quero reprisar o sonho bom.” (Quem nunca sonhou assim, né?) 
03) “Toda luz&#8230; Muita luz pra alguém que nem queria ficar, mas nem sair…” 
04) “Você notou tal poder e escolheu ser ruim.” (aí não) 
05) “Quase pus tudo a perder quando acreditei que você me traria vida ou talvez calor.” (esse moço Sérgio sabia sofrer uma dor de cotovelo) 
06) “But when I try to fly, I don’t have a wing as you” (a nossa Creep) 
07) “Fiquei tentado ao jogo de te ver só &#8211; será um prazer perceber que você é bem mais quando em paz.” (Quanta maturidade! &lt;3) 
08) “Quem inventou você fui eu, porém eu tenho que desinventar, pro bem. Preciso me livrar de tudo o que é você &#8211; um espaço pra criar um outro alguém.” (Sabe quem disse a mesma coisa, mas em inglês? Alex Turner: “Baby, I&#039;m too busy being yours to fall for somebody new.”, mas lá parece que não deu muito certo) 
09) “Se esse dom é por você me prezo por não ter um dom” (PÁ) 
10) “Eu era bem feliz, mas tudo agora é de outra forma. Você não está aqui e tudo segue outra norma. Por que o mundo é assim?” (Eu me pergunto isso todos os dias)
Gram &#8211; Seu Minuto, Meu Segundo (2006)
<iframe loading="lazy" width="642" height="642" src="https://rd.io/i/Qf12xSJvoYA/" frameborder="0"></iframe>
Dois anos depois do lançamento do seu primeiro disco, o Gram volta. Revigorado, ainda mais audacioso, ainda mais maduro e agora, além de falar sobre as dores da partida de quem se gosta, também voltou os olhos para outros demônios que a gente carrega sem nem perceber o peso deles nas nossas costas ou estômago. Mais bem produzido, sem nenhuma música em inglês e me fazendo chorar aqui e acolá, “Seu Minuto, Meu Segundo” é um título que fala muito mais do que se pode ler. Conhecendo o Gram e acompanhando os trechos que selecionei abaixo, dá pra ter uma impressão bem viva do porquê. Vamos a eles?
01) “Bem no fim do livro o soldado atirou no rei, pôs um fim à guerra e ergueu suas mãos ao céu.” (Um sonho revolucionário bem pertinente para junho de 2013) 
02) “Você vem andando sobre o mar, você sabe onde vai. Deve estar com alguém que te enxergou como eu. Você é um filme em mim que tem final feliz.” (Citação a Jesus e tudo o mais, que coisa) 
03) “Quanto medo de não ter a herança de um rei, quanto pranto em razão de um prestigio que não vem. Pra ser nome de uma rua ou ter a cara em bronze numa praça antes do fim.” (O orgulho é uma coisa feia e faz a gente fazer coisas mais feias ainda) 
04) “Quando eu te enchi de razão você me chamou de fraco, velho… Pegue o que tiver que pegar, mais o que quiser e parte de mim. Parte de mim quer te ver feliz. Parte de mim te expulsa e morre.” (Toma. Esse. Passa-fora.) 
05) “Sendo assim, eu não quero mais pedir permissão pra respirar e me inspirei ainda mais. A sua festa é um favor pois ninguém me convidou: melhor pra mim!” (Nada como não ligar para nada que o seu ex faz. Nada.) 
06) “Parece até primeiro beijo… E cada novo instante é bastante tempo.” (Hum rum &lt;3) 
07) “E não bote a culpa em mim… Tenha dó, faz o seu, não desista agora não… Fica em pé, você vai mal. O teu charme era fatal ou talvez só pra mim? Tô pensando em te ensinar (vai por mim, você vai bem).” (Às vezes é muito, muito difícil dar conselhos.) 
08) “Sou um plano por trás de mim, sou o que eu só sei. Meu resto me quer: estou vivendo pra quem? Um ou dois em um, até quando eu ou eu quiser.” (Quanta confusão) 
09) “O meu traço não tem seu estilo, eu não saí de um risco seu… Sou o personagem que acordou em um livro que só pude ler em você.” (PÁ) 
10) “Outra dose de lágrima vai usar pra chapar a paz. O vício pela mágoa não lhe faz mal porque ser feliz não é tão comum. Não se esquiva mais, veio aqui pagar pra ver, fazer valer a pena. É o que sempre quis.” (QUANTAS VERDADES, HEIN?) 
11) Quando alguém vier pra te mudar, lembra bem que o seu olhar &#8211; apesar de grande &#8211; ainda tem cor. Como um desenho seu, de um homem que era melhor.” (Quando é que aquele homem já foi melhor?) 
12) “Hoje à noite vou sair e beijar a paz que a sua dor quer. Fuja de casa, vai morar fora de mim &#8211; que a dança está sem sal e só você não vê.” (Uma dosezinha de rancor pra encerrar um relacionamento, e nada mais)
E agora? Agora é esperar por amanhã. Volta, Gram!

O anúncio do retorno do Gram, que encerrara as atividades em 2007, fez com que eu resgatasse na minha coleção os dois discos da banda, Gram, de 2004, e Seu Minuto, Meu Segundo, de 2007. Os dois são obras cheias de grandes versos, melodias belíssimas de guitarra e piano, vozes profundas e interpretações inspiradas. Grande [&hellip;]

AS RAZÕES PARA OUVIR | GRAM – “GRAM”/”SEU MINUTO, MEU SEGUNDO”

Relacionados

Leia mais