_por Tatá Aeroplano
Sentidos alterados de um cine tresloucado e parcialmente em segredo. Esse ano ainda não engrenei frequentando as salas de cine. No ano passado assisti 218. Agora que comecei a correr diariamente e literalmente – corro de manhã na Buenos Aires e durante o dia a maratona come solta com o trampo que aumentou consideravelmente por causa do disco novo. Deixei de ver meus quatro, cinco filmes por semana. Mas esse quadro já já vai mudar.
E já já! Terminando essa nova coluna, prometi para minha alma/mente que parto para o cine ver A Invenção de Hugo Cabret, do Martin Scorsese.
Dois filmes que ainda permanecem em cartaz em sampa, são do tipo sensacionais e valem ser vistos. O francês Tomboy é uma película deliciosa, daquelas que vale assisitir mais algumas vezes durante a vida. É um filme de adolescentes para adultos. Filme cabeça sem ser cabeça. Sacou?! Sexualidade e naturalidade à flor da pele para os pais entenderem melhor os filhos. Eu sou do seguinte princípio: nunca subestime uma criança … NUNCA! Tomboy é um golaço da diretora Céline Sciamma, e que venha logo seu próximo filme.
As Mulheres do Sexto Andar, dirigido pelo Philippe Le Guay, é outro passeio leve e interessante. O filme se passa na França da década de sessenta e conta a história de um corretor de imóveis que se encanta com as empregadas que trabalham para as madames do seu prédio.
Elas são espanholas e moram todas no sexto andar. Ele passa a frequentar o andar delas e ajudá-las numa série de questões, tipo se torna o mascote das gurias e claro, ele adora. Para ele, viver essa experiência nova, se torna muito mais interessante que acompanhar a vida ti ri ri de sua apática esposa.
Mas o que seria uma vida ti ri ri? É aquela coisa, mulheres que não fazem nada da vida, acordam e preenchem sua rotina com compras, bateção de pernas, e papos furados com as amigas chiques. Então, vocês já podem imaginar o que vai acontecer nessa história né? A madame tá correndo o risco de dançar.
O diretor soube muito bem conduzir o filme, que é “água com açúcar” total. Mas tem que ter culhão pra conduzir uma história “água com açucar” e isso Philippe Le Guay teve de sobra. Eu adoro o protagonista do filme, Fabrice Luchini, além de ele ser um ótimo ator, me lembra meu Tio Zeca.
Vou colocar a água pra ferver, escutar um álbum e correr pro cine!! Até lá! Semana que vem tem nova edição do festival de documentários “Tudo É Verdade”. E não perco por nada!
@Tata_Aeroplano é andarilho, músico, compositor, pescador sem histórias, contador de causos, às vezes canta, às vezes cala, muitas vezes causa.