Não é incomum artistas que, tendo lançado suas carreiras enquanto integrantes de bandas, decidam, em um segundo momento, investir em voos solo. Quando isso acontece, sempre existe uma expectativa grande: qual será a novidade do trabalho individual, em relação ao trabalho em conjunto? Sabemos bem a diferença grande entre conceber e produzir uma obra pensada coletivamente e realizar um projeto pessoal, em que tudo sai da cabeça de uma única pessoa (ou é coordenado por ela).
Na música brasileira, temos diversos exemplos icônicos de artista que resolveram investir na carreira solo e entregaram ao público verdadeiras preciosidades. Alguns desses títulos, inclusive, já foram lançados pelo NOIZE Record Club. Confira:
Fernanda Abreu – Sla Radical Dance Disco Club
Produzido por Herbert Vianna e Fábio Fonseca, com coprodução da própria Fernanda, este foi o primeiro disco solo da artista. Unindo referências quentíssimas de disco music, trip hop, house e neo-soul ao revolucionário funk carioca, Fernanda Abreu chegou a um resultado extremamente inovador. A sonoridade que ela inaugurou com esse LP redefiniu os parâmetros da música pop nacional e influenciou muito a produção brasileira dos anos 1990 em diante. Sla Radical Dance Disco Club é uma obra histórica que não pode faltar na sua coleção.
Tim Bernardes – Recomeçar
Reconhecido por seu trabalho à frente da banda O Terno, Tim Bernardes é considerado um dos principais artistas de sua geração. Quando foi lançado, seu primeiro álbum solo arrancou elogios de críticos de todo país e foi incluído em dezenas de listas de melhores discos de 2017. Recomeçar é um disco íntimo e grandioso, que expõe músicas de várias fases da vida de Tim e que traz um tom pessoal do artista em cada detalhe. Prova disso é que o músico gravou no disco as vozes, pianos, violões, guitarras, teclados, órgãos, metalofones, baterias, baixos, autoharps e percussões em processo de imersão total no estúdio Canoa. Além disso, também foi responsável pelos arranjos e pela mixagem.
Russo Passapusso – Paraíso da Miragem
O aclamado álbum de estreia solo de Russo Passapusso, conhecido enquanto vocalista do Baiana System, foi produzido por Curumin, Zé Nigro e Lucas Martins. Paraíso da Miragem é o fruto do encontro de Russo com um grande elenco de artistas: Anelis Assumpção, Edgard Scandurra, BNegão, Marcelo Jeneci e Thalma de Freitas são alguns dos convidados do disco, que já tornou-se um clássico da música brasileira contemporânea.
Xênia França – Xenia (2017)
Após gravar três discos cantando na banda Aláfia, Xênia mostraou por que é uma das cantoras mais relevantes da música contemporânea brasileira com seu primeiro álbum solo. A percussão orgânica é um dos pilares do disco, mas também estão presentes os beats eletrônicos do R&B e as melodias inusitadas do jazz. Essa mistura única faz de Xenia um álbum histórico que merecia ser eternizado em vinil.
Marina Sena – De Primeira
O álbum de estreia solo da artista mineira Marina Sena tem um repertório repleto de sucessos. Em suas canções, a voz potente da cantora e compositora é embalada por beats que misturam os mais diferentes ritmos, resultando em uma música pop alternativa de sonoridade ímpar. Em seu primeiro projeto solo, Marina Sena chegou ao topo da playlist Top 50 Viral Global do Spotify e venceu três categorias do Prêmio Multishow (Revelação do Ano, Experimente e Capa do Ano).
Moraes Moreira – Moraes Moreira (1975)
Gravado após a saída do artista dos Novos Baianos, o álbum traz no elenco gigantes da música brasileira. A parceria com Luiz Gonzaga, em “PS”, as composições com Luiz Galvão, a guitarra de Armandinho, o baixo de Dadi, e a bateria de Gustavo Schroeter, além da inesquecível voz e violão de Moraes, tornam o disco de 1975 um título obrigatório em qualquer coleção. A partir da sua estreia, que mistura o rock progressivo, o samba e a bossa nova, o cantor e compositor consolidou uma carreira solo lendária.
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