No dia 25 de março de 1942, uma garotinha chamada Aretha Louise Franklin nasceu com a missão de emocionar o mundo com sua voz. Exatamente cinco anos depois, em 1947, Reginald Kenneth Dwight nasceu com o mesmo objetivo. Apenas 20 depois, em 1967, Reginald assumiria o nome que lhe garantiu um espaço entre as lendas da música: Elton John.
No mesmo ano em que Reginald virou Elton, Aretha assinou um contrato com a gravadora Atlantic e lançou o disco que catapultou seu nome ao estrelato: I Never Loved a Man the Way I Love You (1967), álbum que traz dois grandes hits, a faixa-título e “Respect”, composta por Otis Redding.
Três anos depois disso, Elton John lançou seu segundo disco, Elton John (1970), que, além de abrir com aquele que provavelmente é o maior sucesso de toda sua carreira, “Your Song”, conta com uma balada gospel chamada “Border Song”, ambas parcerias de John com o letrista Bernie Taupin. Dois anos depois disso, Aretha se conectou à luta dos negros norte-americanos por direitos civis, passou a usar turbantes e roupas que referenciavam sua herança africana. Nesse contexto, ela lançou Young, Gifted and Black (1972), disco que chama atenção pela versão para sua faixa-título (composta pela artista e militante Nina Simone), mas que se encerra com uma versão de Aretha para “Border Song”, de Elton. Seu primeiro disco já havia sido relativamente bem recebido nos Estados Unidos, mas foi depois que Aretha gravou uma faixa sua que a carreira de Elton John começou a decolar.
Curiosamente, o único registro dos dois tocando “Border Song” juntos aconteceu em 21 de abril de 1993, em um especial de TV chamado Duets, gravado em Nova Iorque:
Na mesma ocasião, eles tocaram juntos “Spirit In The Dark”, faixa-título do disco que Aretha lançou em 1970:
Poucos anos antes desse programa de TV, Elton foi um dos convidados especiais do disco Through The Storm (1989), de Aretha, junto com James Brown, Whitney Houston e Kenny G. Ele canta na faixa que dá nome ao álbum, mas, cá entre nós, essa não é uma música muito boa. Como o nome do disco diz [“através da tempestade”, em uma tradução livre], Aretha provavelmente estava passando por uma fase difícil nessa época, e nem os convidados de peso levantaram o álbum, que não vendeu o esperado.
Faz tempo que Aretha Franklin e Elton John deixaram de ser artistas que criam discos realmente relevantes para a música contemporânea. De qualquer forma, o passado basta para garantir que Aretha e Elton sigam sendo lembrados para sempre. Nossa homenagem a eles encerra com uma versão do clássico “Chain Of Fools” que une Aretha, Elton, Smokey Robinson e Rod Stewart: