Gravado em 1972, o disco homônimo do maestro Arthur Verocai – com 27 anos na época – foi um desastre de vendas, mas ao longo das últimas décadas, se tornou cultuado por fãs de hip hop, o levando a um novo público. No domingo, 11 de junho, o arranjador apresentará o repertório do álbum acompanhado por 25 músicos e seis vocalistas convidados – Ivan Lins, Mano Brown, Céu, Carlos Dafé, Clarisse Grova e Paula Santoro.
O show faz parte da programação do festival MITA, que será realizado no final de maio e na primeira semana de junho, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Inclusive, os cariocas poderão assistir a dobradinha do maestro com o quarteto canadense BadBadNotGood no sábado, 27 de maio.
Em entrevista publicada na Noize #71, Verocai divide o processo de criação do registro: “Não vou fazer sucesso mesmo, pelo menos vou fazer uma coisa que preste. Aí misturei tudo, bossa com samba, com soul, jazz, folk”. A gravadora Continental não gostou do resultado, então não divulgou o álbum, influenciando no baixo número de vendas. “Na cabeça das pessoas, não tinha nenhum apelo comercial. E não tinha mesmo porque o que eu fiz foi música, não um produto enlatado. Quando um cara aparece com algo que é música, não é mercado, aí é maluco”, explica o arranjador.
Somente o instrumental de “Na Boca do Sol” foi sampleado dezenas de vezes por rappers estadunidenses, como no caso de Curren$y, Ludacris, MF DOOM, Schoolboy Q e Snoop Dog. Por aqui, a sua popularidade atravessa gerações e estilos musicais: em 2015, acompanhou a banda Dônica no Rock in Rio, e no ano seguinte, lançou o disco No Voo do Urubu com participação do Mano Brown em “Cigana”, e Criolo em “O Tambor”.
MITA DAY – Arthur Verocai – Celebração dos 50 anos do disco de 1972
11 de junho
Auditório Simón Bolívar – Barra Funda, São Paulo – SP
Portões: 18h
Show: 20h
Clique aqui para mais informações sobre ingressos.