Imagine um astronauta em uma sonda espacial orbitando ao redor do nosso planeta. É mais ou menos assim que você se sente ao escutar o novo compacto da banda E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante.
Ontem, saiu o lançamento digital de Medo de Morrer | Medo de Tentar, que também virá em vinil a partir do mês que vem. Lucas Theodoro, o guitarrista do grupo, explicou que a ideia de produzir esse material surgiu quando a EATNMPTD conheceu o Rio de Janeiro, em abril de 2015
– Logo após um show lotado na grandiosa Audio Rebel, em Botafogo, fomos pego de surpresa por um convite para ‘gravar alguma coisa’ em um estúdio ali perto. Essa pessoa era nada menos que Gabriel Arbex (guitarrista do Zander e ex-Noção de Nada) e o estúdio era o Superfuzz.
Depois do convite, a banda passou quatro meses trabalhando nas composições que seriam gravadas. “Voltamos ao Rio em agosto para uma série de shows e dois dias intensos de estúdio. Foram oito horas de um dia apenas para acertar todos os timbres, 16 horas de gravação no dia seguinte e estávamos feitos”, explica Lucas.
A música da E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante é instrumental e emocional, um pós-rock espacial que ora se mostra sereno ora explosivo. É curioso pensar que um som tão grandioso tenha nascido em um quarto, como Lucas Theodoro conta abaixo dando detalhes do processo de criação dessas faixas:
“Medo de Tentar”
Uma daquelas músicas que acontece de forma tão natural que é até difícil de lembrar o processo. Em trocas de e-mail, já tínhamos uma guia com os temas da faixa. Então fizemos uma reunião na minha casa para escrever em conjunto as linhas casadas de guitarra e definir a estrutura da música. Muitas vezes preferimos nos trancar em um quarto com pequenos amplificadores para compor. Acaba sendo um processo mais calmo e delicado, e que nos permite ir ao estúdio com uma ideia mais sólida da execução. Isso abre muito espaço para pensarmos em timbres e dinâmicas. E foi exatamente o que aconteceu com “Medo de Tentar”.
“Medo de Morrer”
O que mais nos impressionou na criação dessa música foi a dinâmica da cozinha. Era a primeira vez do Luccas [Villela] compondo com a gente, e ele chegou com umas linhas marcantes de baixo e se entrosou na hora com a bateria do Rafa [Jonke], que, por sua vez, trouxe umas referências novas, de música negra. Marcou também o uso de equipamentos que nunca tínhamos usado, como os sintetizadores e as programações eletrônicas que disparamos para dar mais texturas à paisagem sonora.