| Por Julia Lang | Fotos Leandro Pinheiro |
Na noite fria de quinta-feira, porto-alegrenses de todas as idades se enrolaram em jaquetas e mantas para assistir, pela primeira vez, ao havaiano Jack Johnson na capital gaúcha. O artista, por sua, vez parecia estar preparado para o calor humano de um Gigantinho lotado e entrou de chinelos e a tradicional camiseta monocromática.
A apresentação começou com “You and Your Heart”, mas foi só na terceira música, “Taylor”, que o público deixou a perplexidade e começou a acompanhar cada estrofe. À medida em que ele voltava aos seus álbuns mais antigos, o show esquentava. Então, na sequência ainda vieram “Sitting, Waiting, Wishing”, “Upside Down” e “Flake”, lá do seu primeiro álbum. Uma bandeira colorada foi arremessada aos pés do cantor, que não deu a mínima. O negócio dele é mesmo o surf.
Quando todos tinham os olhos presos em Johnson e sequer haviam percebido os outros três homens que compunham a banda, o pianista fez o seu momento: arriscou uma dancinha em “Bubbletoes” e arrancou gritos da mulherada. A seguir, Johnson trocou sua guitarra vermelha pelo ukulele e começou “Breakdown”, uma das mais lentas. Nem por isso o público deixou de vibrar e cantar junto, o que pareceu impressionar o músico.
A tranquilidade acabou quando G. Love – que fez o show de abertura, voltou ao palco para comandar a gaita em “Who do You Love” e “Staple it Together”, enquanto o baixista, Merlo Podlrewski, fez um hip hop e já emendou um trechinho de Jorge Ben, com a célebre “Mas que nada”. Tímido, Johnson disse que o Brasil é um dos melhores lugares em que ele já tocou e prometeu voltar, falando em um português afiado.
Quando saiu do palco, o bis não foi uma questão de opção. A gritaria era tamanha, que o cantor retornou sem jeito, tapando os ouvidos. Começou, então, o momento mais intimista e memorável do show: apenas ele, sua voz e seu violão. Só faltou o mar e a lua cheia para escutar “Do You Remember”, “Times Like These” e “Better Together”.