| Foto: Leo Lara/Divulgação |
Belo Horizonte, noite de quinta-feira, 26 de maio. No Parque Municipal da cidade, artistas de gêneros incontáveis dividem dois palcos em um festival de diferentes sotaques, mas uma só língua: a música popular brasileira.
O Conexão Vivo propõe uma mescla entre o tradicional e o moderno, entre a música tupiniquim que se espera encontrar nas prateleiras de world music em terras distantes e aquela que, não por acaso, é chamada de “nova MPB”. Os representantes do primeiro grupo – o belo-horizontino Felipe José com seu convidado especial Elísio Pascoal, e Victor Santana com Pedro Sá e Marcos Suzano – fizeram bons shows, mas não foram eles quem melhor dialogou com o públco.
Wilson das Neves, que estampa a capa da Noize #41, também estava lá, e tivemos a honra de lhe entregar a revista em mãos (ô, sorte!) e confirmar que o samba quente é o das Neves. Mas a atitude roqueira e o sotaque encantador de Karina Buhr em sua roupa lantejoulada, e a personalidade marcante dos falsetes de Tulipa Ruiz dispensam argumentações: a noite foi das jovens e talentosas cantoras e compositoras dessa tal nova MPB.
Karina fez das vísceras e do microfone sua arma, tanto nas canções de Eu Menti Pra Você quanto em músicas novas, que só não são punk rock porque são bem mais que isso. Depois, a delicadeza afirmativa de Tulipa convidou para a dança. O povo cantou todas as letras de cor. No fim, um dueto entre Tulipa e Karina preparou para o sonho. Domingo a gente acorda. Que hoje ainda não acabou.
Te liga no momento bonitaço em que Tulipa Ruiz passa o microfone pra galera, que assume os vocais de “Só sei dançar com você”: