A primeira edição do Transforma Música acontece entre os dias 9 e 23 de junho no Centro Cultural Olido, em São Paulo. O evento, organizado pelo artista queer Ali Prando e pelo empresário cultural Gustavo Koch, traz perspectivas do mercado da música a partir da visão de profissionais e artistas LGBTQIAP+.
Com programação gratuita, o festival oferece shows, rodas de conversa e mostra de videoclipes de artistas independentes. Nas sextas-feiras e sábados, as atividades se encerram com apresentações de nomes como Jup do Bairro, Filipe Catto, Noporn, Bruna Mendez, Vitor Marsula e Ali.
Dentre os assuntos abordados nos bate-papos, estão temas como “Descobrindo sua sonoridade” com a produtora musical e guitarrista Navalha Carrera, “O papel das gravadoras e distribuidoras” com o músico e especialista em marketing digital Siso, e “Direção de arte: o palco como tela” com a cantora e compositora Luiza Lian.
Transforma Música
De 9 a 23 de junho, em São Paulo
Centro Cultural Olido – Av. São João, 473, Centro
Programação gratuita
Sexta-feira (9/6):
18h00 – Abertura do Transforma Música e da mostra de videoclipes Queer View com discotecagem do DJ Gui Tintel, esse querido que frequenta e acontece na noite de São Paulo há quase 10 anos. Ele é criador das festas Trophy, Poppers e Emo Paridade, foi DJ da Luisa Sonza e já dividiu palco com nomes como Pabllo Vittar, Fresno, Gloria Groove e Lia Clark. A abertura acontece na Vitrine Multimídia. Livre, não é necessário retirar ingressos.
19h00 – Show: Jup do Bairro. A cantora e compositora paulistana é uma das maiores artistas queer em atividade no Brasil. Seu EP de estreia, “CORPO SEM JUÍZO” (2020), é um marco contemporâneo da música brasileira, com direção musical de Badsista e colaborações com Deize Tigrona, Rico Dalasam, Linn da Quebrada e Mulambo. Neste show, ela nos convida para questionar as potencialidades dos nossos corpos.
Sábado (10/6):
11h00 – “Afinal, o que é ser artista?” com Jup do Bairro. Os atravessamentos de ser uma artista LGBTQIAP+ no Brasil são tema desta conversa, a partir das experiências da convidada e em diálogo com questões sociais, políticas e mercadológicas. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
14h00 – “Descobrindo sua sonoridade” com Navalha Carrera. A musicista, e guitarrista da cantora Letrux, vai abordar a figura da produção musical no processo de dar vida à uma estética sonora imaginada, analisando e fazendo curadoria das composições. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
15h45 – “A importância do videoclipe” com João Monteiro. O diretor de filmes já trabalhou com algumas das maiores artistas do pop mainstream brasileiro, como Pabllo Vittar, Ludmilla e Gloria Groove. Neste encontro, vamos conversar sobre como o videoclipe sobreviveu à crise da MTV, ampliou seu alcance com o YouTube e, hoje, representa um papel decisivo na carreira de qualquer artista ou banda. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
18h00 – Show: Bruna Mendez. A cantora e compositora goiana, que já figurou no projeto internacional A Colors Show, apresenta seu R&B moderno e intimista, encerrando a turnê do seu disco “Corpo Possível (Deluxe”), lançado em 2021. A artista também está na trilha sonora da série “Tudo Igual… SNQ”, da Disney+.
19h30 – Show: Filipe Catto. Ela é uma das maiores vozes da MPB brasileira. Nesta noite especial, a artista (e madrinha do festival) apresenta os sucessos que marcaram sua carreira, como “Saga”, “Adoração” e “Roupa do Corpo”, além de hits do seu disco mais recente, “CATTO” (2017).
Domingo (11/6):
13h00 – “O papel das gravadoras e distribuidoras” com Siso. O mercado da música é comandado basicamente por plataformas de streaming, que funcionam não apenas como rádios, mas enquanto redes de interações. O Brasil é um dos países com mais assinaturas e crescimento de público na América Latina. Estima-se que serviços de streaming de música tenham mais de 170 milhões de assinantes pelo mundo, movimentando mais de 6 bilhões de dólares anualmente. Como tudo isso funciona? Com participação do músico e especialista em marketing digital Siso (Tratore). Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
14h45 – “Planejamento de carreira e gestão de negócios” com Ana GB. O planejamento de carreira é essencial quando falamos sobre o mercado de arte e música, mas muitas vezes é realizado informalmente. Neste encontro, debateremos o universo do planejamento estratégico conciliado à criação artística a partir das experiências da produtora cultural Ana GB, que integra as equipes do festival Afropunk Bahia e da banda Àttooxxá. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
16h30 – “Produção e gestão de projetos culturais” com Vander Lins. O trabalho da produção é, sobretudo, uma ferramenta de apoio e viabilização às ações que definem e orientam uma carreira artística. Quais são as suas principais características e funções? Quando ter um produtor? Quanto se paga? Essas e outras questões serão abordadas por Vander Lins, Coordenador de Programação Cultural e Projetos Especiais da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
Sexta-feira (16/6):
18h00 – Noite de pistinha com apresentação da DJ Pedro Athie (festa Tesãozinho Inicial), show do duo russo-brasileiro Meta Golova e Visitação da mostra de videoclipes Queer View. Vitrine Multimídia e saguão, não é necessário retirar ingressos.
Sábado (17/6):
11h00 – “Direção de arte: o palco como tela” com Luiza Lian. A importância de pensar o show de música como um espetáculo cênico articulando dramaturgia, figurino, cenário, iluminação e performance, potencializando o trabalho a ser apresentado e criando experiências mágicas e memoráveis, é o tema da conversa com a cantora, compositora e artista visual Luiza Lian. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
14h00 – “De Seco & Molhados a Beyoncé: moda e música” com Alma Negrot. Das figuras enigmáticas dos Secos & Molhados, aos sutiãs cônicos de Madonna e as apostas urbanas de Beyoncé, a moda influencia a música e vice-versa. É através dessa linguagem que artistas muitas vezes deixam suas marcas no mundo e movem multidões. Neste encontro, vamos investigar as relações íntimas entre as duas linguagens com participação da performer, drag queen e diretora criativa Alma Negrot. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
15h45 – “As relações entre música e design” com Filipe Catto. A partir dos anos 1960, com o movimento cultural de Andy Warhol fortalecendo a imagem dos artistas, o design e a música passaram a criar vínculos insuperáveis. São inúmeras as capas de discos marcantes na história da cultura pop. Aqui, vamos discutir as possibilidades criativas dessa relação com participação da cantora, compositora e designer gráfico Filipe Catto. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
17h40 – Show: Vítor Marsula. O músico experimental, reconhecido pelos sintetizadores afiados, apresenta seu disco “Anjos Fósseis” (2023).
18h00 – Show: ALI. Em sua ópera eletrônica “GLITCH”, que une teoria queer e música eletrônica, o artista queer narra a história de uma inteligência artificial que passa a se questionar após entrar em contato com humanos.
19h30 – Show: Noporn. Essa noite vai ser histórica! Encerrando a programação musical do festival em grande estilo, o duo de música eletrônica apresenta seus hits que seguem ecoando na noite paulistana ao longo das duas últimas décadas.
Domingo (18/6):
13h00 – “Contratos artísticos e direitos autorais” com Realleza. A preservação dos direitos autorais e conexos, assim como as questões legais que atravessam a prestação de serviços artísticos são o tema deste encontro com participação da rapper, produtora cultural e bacharel em direito Rebeca Ellen, artisticamente conhecida como Realleza. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
14h45 – “Redes sociais: laboratórios de conexões” com Bia Bem. Mais do que informar, as redes sociais estabelecem formas de interação entre artista e público, angariando fãs e aproximando o artista de seus públicos, sobretudo em um país onde a circulação é tão difícil para muitos artistas. Manter uma presença digital coerente e que prioriza a criação musical são assuntos deste encontro com Bia Bem, especialista em marketing digital que se tornou referência em comunicação musical ao trabalhar com Linn da Quebrada e atende artistas como Jup do Bairro, Assucena e Margareth Menezes. Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
16h30 – “Música independente e suas relações com a imprensa no Brasil” com Ademir Correa e Vicente Negrão. Nesse encontro, pensaremos a relevância da comunicação e assessoria de imprensa para artistas independentes: como a falta de recursos financeiros e conexões na indústria musical pode dificultar o alcance desses artistas ao seu público-alvo, e como a comunicação estratégica e uma assessoria de imprensa competente podem ajudá-los a superar essas barreiras, com participações de Ademir Correa (Diretor de Conteúdo Digital da Perfil Brasil) e Vicente Negrão (assessor de imprensa e relações públicas). Vitrine da Dança, 50 lugares, inscrições no local.
Quinta e sexta (22 e 23 de junho)
14h às 18h – Workshop: Redação e Planejamento de Projetos Culturais. Com orientação de Cris Rangel e Gustavo Koch, produtores do festival Transforma Música, os participantes aprenderão técnicas de redação e planejamento de projetos, além de discutir os impactos da Lei Paulo Gustavo. 30 lugares, inscrições online até 16 de junho.