Em 7 de janeiro de 1951, Luiz Carlos dos Santos nascia na capital do Rio de Janeiro. Anos mais tarde, ele entraria para eternidade ao marcar seu nome entre os mais importantes artistas da MPB, mas com um outro sobrenome: Luiz Melodia. Sua obra é alento para lidar com a saudade. O carioca nos deixou em 4 de agosto de 2017, mas permanece ecoando em suas canções, algumas delas clássicos como “Pérola Negra”, “Negro Gato” e “Estácio, Holly Estácio”.
A música, ou melhor, a melodia, estava no ar que Luiz respirava. O cantor, compositor, músico e ícone nasceu, cresceu e foi criado no bairro do Estácio, região periférica e polo cultural. Como se não bastasse rodeá-lo pelas ruas, a música também se instalou dentro de casa. Oswaldo dos Santos, seu pai, era tocador de viola, compositor, e quem recebeu o apelido de Melodia, que seria herdado e eternizado pelo filho.
Imerso na cena cultural vibrante da época, deu os primeiros passos artísticos nos anos de chumbo da ditadura, mas viveu intensamente ao lado de Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jards Macalé e Jorge Mautner. Inclusive, Pier de Ipanema pode ser um lugar ainda mais especial para os fãs de Melodia e de outros grandes nomes da MPB. Isso porque o lugar ficou eternizado na contracapa do álbum Pérola Negra (1973), através de uma foto de Luiz ao lado do poeta Waly Salomão. As fotos que integram o encarte do disco formam uma espécie de colagem com fragmentos do cotidiano de Melodia.
Mais ou menos na mesma época, surge o registro publicado recentemente pelo Centro Técnico Audiovisual. De 1974, o registro mostra um jovem Luiz Melodia cantando “Memórias Modestas”, música eternizada no disco Maravilhas Contemporâneas (1976). No mesmo vídeo, há imagens do antigo cinema de rua, Studio Paissandu, localizado no Flamengo. Durante a entrevista, ele reflete sobre a cena artística local e a recepção da sua música na zona sul carioca.
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