Acabou de ser anunciada a morte da atriz, modelo e cantora Odete Lara, no Rio de Janeiro, aos 85 anos. Era cerca de 7h15 quando ela foi vítima de um infarto fulminante na clínica onde estava morando desde que havia sofrido uma queda que lhe fez fraturar o fêmur. O velório acontece daqui a pouco, às 16h30, no belíssimo Parque Lage.
Odete Lara teve um papel fundamental na história do cinema brasileiro, onde começou a trabalhar em meados dos anos 1950. Até 2001, ela participou de mais de quarenta filmes, incluindo a adaptação da peça clássica de Nelson Rodrigues Bonitnha, Mas Ordinária (1963). Naquele mesmo momento, Odete iniciou uma breve, mas consistente, carreira musical ao lado de Vinicius de Moraes. Juntos, eles apresentaram o show Skindô, cujas gravações ao vivo deram origem ao LP Vinicius e Odete (1963). Odete Lara também se apresentou com Sergio Mendes no show Eles e ela, em 1964, e, em 1966, chegou a lançar um LP chamado Contrastes onde interpreta vários sambas de Vinicius, Baden Powell, Chico Buarque, entre outros. Na década seguinte, ela inclusive gravaria com Chico Buarque duas músicas, “Meu Refrão” e “Noite dos Mascarados”.
A partir do fim dos anos 1970, a carreira cinematográfica de Odete decaiu. Ela participou de alguns filmes esparsos ao longo dos anos, mas no final da vida estava mais dedicada à literatura, tendo lançado três livros autobiográficos, Eu Nua (1975), Minha Jornada Interior (1990) e Meus Passos Na Busca Da Paz (1997). Infelizmente, sua carreira musical ficou na década de 1970, mas aqui está a homenagem da NOIZE a essa mulher inesquecível.